Aquela
quarta-feira seguia difícil. Desde às 7h, Rainen não parava os ajustes no motor
que estava 95% concluído. Isso depois de problemas com brocas e polias da
perfuratriz. Na sede da empresa na Holanda, os funcionários assistiam a tudo,
emitindo suas opiniões:
—
Esse cara é perseverante!
—
Concordo! Mas ele fez tudo sozinho, será que funcionará?
—
Por que ele está fazendo dessa maneira? Por que não trabalha com uma equipe?
—
Tomara que consiga o seu intento, pra mim é um exemplo.
Cada
qual com sua percepção sobre o que viam. Distante dali, Rainen se mantinha
focado na empreitada.
Na quinta e sexta-feira, o momento mais delicado: instalar o motor na caminhonete. Para isso, pediu autorização para a entrada de Tony nas dependências da Dezinea.
—
Não é recomendado, mas é necessário? — Edwin precisava se certificar.
—
Sim. É a hora que preciso ter alguém de confiança e entrosamento ao meu lado —
justificou Rainen.
—
Tudo bem.
Às
9h, Tony chegou, identificado e acompanhado por um segurança.
—
Lugar bem interessante esse, hein?!
— Ô!
Nem fala.
Ao
entrar no laboratório, viu o motor suspenso sobre o capô da caminhonete.
—
Meu Deus! Você conseguiu mesmo. Até um blower
novo!
— É,
contatei o Lendoval e passei as especificações. Ele me entregou em três dias.
—
Vai ficar mais que bella, mais que bella.
Aí,
sim, as coisas foram tensas por várias horas.
— Desce mais! Desce mais! Não! Sobe!
Passou do ponto!
— Ok! Tá fixado na base!
— A junta está maior, tem uma tesoura
aí?
— Não esquece os sensores, tem o de
pressão e o de rotação.
— Cuidado com a correia dentada.
— Trouxe o óleo?
A
luta foi grande, mas terminaram a instalação.
—
Rainen, acho que temos um problema.
— O
que foi?
— A
potência desse motor… Acho que o silencioso do escapamento não vai conseguir
abafar o ruído.
—
Ficarei bem feliz se conseguir ligá-lo.
Eram 19h de sábado quando iniciariam os testes e Edwin entrou pela porta.
— Rainen, o presidente da Dezinea acaba de desembarcar no aeroporto internacional.
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