Havia
algo de diferente naqueles dias dentro da Lemaw. Para Bruna os processos
pareciam emperrados, mais
especificamente a comunicação e a aprovação do financeiro. Ao final de uma
reunião entre investidores e Marcus, ela o alertou sobre sua impressão.
—
Ah, está tudo dentro da normalidade — comentou, sem dar importância.
—
Mas isso não o incomoda?
—
Nem um pouco. Assim que voltarem tudo se normaliza.
Só então Bruna teve um estalido, se lembrando de Astor e Margareth. Caminhou de volta para o elevador e ali teve instantes reflexivos e um pouco duros, já que nem sempre é agradável ter uma conversa franca com a consciência. Na sua mesa, as reflexões se aprofundaram, chegando em proposições que ainda não tinha considerado.
“Quer
dizer que, caso eu tivesse aceitado me relacionar com Astor, eu teria
construído um relacionamento?”
A
recordação das situações ruins que passou com Margareth se traduziu em uma só
frase.
“Então
ela o ama…”
Considerou
as posições de Margareth e Astor, que eram universos inversos. Praticamente uma
diretora e um mensageiro.
“Mas
parece que isso pouco importa para ambos.”
Lembrou-se
da moça e da barriga que cresceu, evidenciando a gestação.
“Agora
eu poderia ser… mãe?!”
Passou
a mão pela barriga como se pudesse sentir algo.
“Não!
Não é o que quero para mim…”
Mas suas lágrimas pareciam lhe dizer algo.
“Sentimento maldito! Hei de afastá-lo de qualquer forma.”
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