Ardes - Capítulo 130

 

Valéria sentia-se culpada. Não saberia ao certo o que aconteceria quando as fotos fossem mostradas.

“Terei errado?”

Guiava o carro pelas ruas do centro, com o pensamento vibrante, causado por um sentimento de se importar, pois, mesmo com aquele curto período de envolvimento, ela passou a gostar dele.

“Rainen…”

O semáforo abriu e ela passou. As conversas, os olhares, a sinceridade. Apaixonou-se. Estava até disposta, assim que tudo terminasse, a falar com o pai e arrumar alguma coisa para ele trabalhar. Valéria também tentava a sua jogada.

“Será que conseguirei?”

Lentamente estacionou o carro. Sentiu um alívio na alma chegar ao estabelecimento. O rapaz saiu ao seu encontro e a recepcionou.

— Oi, tudo bem?

— Tudo bem.

Beijaram-se.

— Vamos?

— Claro! — Ela entregou a chave do carro. — Pode dirigir?

Quando ele pegou a chave do carro, o chamaram.

— Telefone!

— Eu já volto.

— Tudo bem.

A ligação demorou um pouco, mas, ao terminar, voltou e saíram. No caminho para o shopping, ela percebeu que ele se portava diferente.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não! Nada de mais. Só um colega que precisa conversar comigo ainda hoje.

— Se você quiser, podemos deixar para outro dia — ela mentiu.

— Sem problemas, gata! Vamos nos divertir.

Novo alívio para ela, que se recostou no ombro dele. A noite foi muito boa, assistiram a um filme de comédia e riram demais. Depois vieram os beijos, os abraços, os amassos.

— O namoro é o melhor momento do relacionamento — falou o rapaz faltando pouco tempo para irem embora.

Ela olhou sério para ele quando perguntou:

— Estamos namorando?

Ele devolveu o mesmo olhar sério, pegou em sua mão, dizendo com pesar na voz:

— Eu temo que sim. — E desatou a rir.

— Bobo! — respondeu enquanto o abraçava.

— Mas estamos saindo há algumas semanas, acho que isso é sim uma espécie de namoro.

A garota se sentiu reconfortada e o abraçou melhor.

— Acho que é isso mesmo. — A ideia a seduzia.

— Bom, acho que está na hora.

— Não vamos para um motel?

— Hoje não, vamos deixar para o próximo encontro… Amanhã?!

Ela riu.

— Tudo bem. Te deixo em casa.

Um pouco irritada, ela pisou fundo no acelerador, o que fez o carro cantar pneus.

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