Valéria sentia-se culpada. Não saberia ao certo o que aconteceria quando as fotos fossem mostradas.
“Terei
errado?”
Guiava
o carro pelas ruas do centro, com o pensamento vibrante, causado por um
sentimento de se importar, pois,
mesmo com aquele curto período de envolvimento, ela passou a gostar dele.
“Rainen…”
O
semáforo abriu e ela passou. As conversas, os olhares, a sinceridade.
Apaixonou-se. Estava até disposta, assim que tudo terminasse, a falar com o pai
e arrumar alguma coisa para ele trabalhar. Valéria também tentava a sua jogada.
“Será
que conseguirei?”
Lentamente estacionou o carro. Sentiu um alívio na alma chegar ao estabelecimento. O rapaz saiu ao seu encontro e a recepcionou.
—
Oi, tudo bem?
—
Tudo bem.
Beijaram-se.
—
Vamos?
—
Claro! — Ela entregou a chave do carro. — Pode dirigir?
Quando
ele pegou a chave do carro, o chamaram.
— Telefone!
— Eu
já volto.
—
Tudo bem.
A
ligação demorou um pouco, mas, ao terminar, voltou e saíram. No caminho para o
shopping, ela percebeu que ele se portava diferente.
—
Aconteceu alguma coisa?
—
Não! Nada de mais. Só um colega que precisa conversar comigo ainda hoje.
— Se
você quiser, podemos deixar para outro dia — ela mentiu.
—
Sem problemas, gata! Vamos nos divertir.
Novo
alívio para ela, que se recostou no ombro dele. A noite foi muito boa,
assistiram a um filme de comédia e riram demais. Depois vieram os beijos, os
abraços, os amassos.
— O
namoro é o melhor momento do relacionamento — falou o rapaz faltando pouco
tempo para irem embora.
Ela
olhou sério para ele quando perguntou:
—
Estamos namorando?
Ele
devolveu o mesmo olhar sério, pegou em sua mão, dizendo com pesar na voz:
— Eu
temo que sim. — E desatou a rir.
—
Bobo! — respondeu enquanto o abraçava.
—
Mas estamos saindo há algumas semanas, acho que isso é sim uma espécie de namoro.
A
garota se sentiu reconfortada e o abraçou melhor.
—
Acho que é isso mesmo. — A ideia a seduzia.
—
Bom, acho que está na hora.
—
Não vamos para um motel?
—
Hoje não, vamos deixar para o próximo encontro… Amanhã?!
Ela
riu.
— Tudo bem. Te deixo em casa.
Um pouco irritada, ela pisou fundo no acelerador, o que fez o carro cantar pneus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário