A mansão era imensa, com vários detalhes de uma arquitetura greco-romana, em pilares, quinas e telhados. Tinha quatro andares e dois subsolos, para tanto, três elevadores foram instalados. Os andares eram bem divididos e organizados, ornados por milhares de objetos, muito similar a um museu. O jardim frontal era enorme, constituído por plantas diversas e árvores antigas, cercando a pista que vinha da rodovia até o estacionamento. Na lateral esquerda da construção havia um heliporto, na lateral direita, uma pista de pouso. Logo atrás, a área de recreação era ampla: piscinas, hidromassagens, quadras polivalentes, campo de futebol. Essa era a residência da família Rotevì.
Em meio a isso, foi inserida uma grande estrutura com tenda, palco, caixas de som, mesas, cadeiras e banheiros químicos. Havia DJ, bandas, garçons, barmen, seguranças. Tudo isso para atender a demanda dos 500 convidados que passariam a virada de ano na mansão Rotevì.
E
quem eram essas pessoas? Eram integrantes de grandes famílias, tão abastadas
quanto os anfitriões. Por isso o desfile e ostentação de roupas de grifes
famosas, joias e acessórios poucas vezes vistos, além de veículos de séries
limitadas. Realmente algo de se encher os olhos.
Como
isso acontecia? A cada ano, o seleto grupo dos integrantes das oito famílias
mais ricas decidia onde seriam os eventos. Óbvio que as demais famílias queriam
participar e matavam e morriam por um
desses convites. Afinal era um ambiente propício para encontros, onde nasceriam
vários negócios, pois, em sua maioria, as pessoas ali tinham a preocupação de
multiplicar os milhões que já possuíam.
O
clima estava bem descontraído. Bebiam e comiam do melhor que o dinheiro
conseguia proporcionar. Jovens dançavam na pista, outros permaneciam em suas
mesas comendo e conversando. Pessoas se conheciam e engatavam romances leves,
de uma noite, enquanto outros anotavam números telefônicos pensando e
posteriores encontros. Confusões não aconteceram, o que fez dos seguranças
meros objetos da decoração. A noite seguia bem, com sorrisos flutuando por
todos os lados.
Os
Rotevì planejaram uma bela queima de fogos. Foram 5 minutos ouvindo e vendo
explosões coloridas e que criavam belos efeitos visuais. As pessoas se
abraçavam, felicitavam, brindavam e se alegravam. Juntos, atingiram um momento
mágico de união e de felicidade, que transbordava em positivismo para o ano que
acabara de nascer. Mas nem todos se conectavam a essa vibração. Num canto mais
isolado, e sozinha, Bruna bebericava uma dose de champanhe, enquanto
confabulava os projetos para o próximo ano.
“Preciso,
o quanto antes, subir na organização, me firmar na posição e receber todos os
benefícios possíveis”.
Talvez
esse fosse um dos mais ambiciosos de seus planos, mas ela tinha uma boa ideia
de como executá-lo. Era uma questão de tempo e oportunidade.
“De
posse de mais dinheiro, poderei operar com maior tranquilidade e, óbvio,
destruir qualquer possibilidade de casamento da minha irmã com aquele boçal”.
Com
esses planejamentos em mente, mas aguardando o tempo de maturação, pensava no
seu relacionamento com Marcus, que não a acompanhou naquele evento.
“Também
preciso me aproximar mais do Marcus. Ele é tão esquivo, tão frio. Acho que, com
um pouco mais de tempo, conseguirei amolecê-lo.
Sabia que estava sozinha em cada uma dessas empreitadas e que dificilmente conseguiria apoio externo.
Bruna olhou para o céu negro, sentindo um fio de esperança.
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