Baaldires não era demônia de ofício, menos ainda uma súcubo. Ela era uma caída que ficou aprisionada em Wikário e, depois de longo tempo, teve que se decidir: seguir as ordens de Lúcifer ou ser erradicada pelos demônios. Escolhida a primeira opção, e com o devido treinamento na Central de Sucubismo e Incubismo, o seu ritual de passagem era, através do sucubismo, drenar a energia sexual de um casal. Porém as coisas saíram erradas e, a aspirante a demônia, entra em uma grande enrascada.
AJ Francklyn
Ichiria - A Demônia Cega [Sinopse]
Para
manter sua mãe viva, Francisco não mediria esforços. Aceitaria até se
comprometer com Clara, a executora de assassinatos que integrava uma máfia.
Tudo em troca do melhor tratamento para a doença da mãe. E funcionaria se,
dentro do cativeiro, acidentalmente, o rapaz não pedisse a mão da poderosa
demônia Ichiria em namoro, e essa aceitasse. Sem conhecimento desse último
acordo muitas mortes e violência passam a acontecer ao redor do rapaz. Como
Francisco sobreviverá às duas assassinas e aos grupos mafiosos que tentam
matá-lo dia após dia?
Ichiria - 001 - 1º Encontro
Naquele momento, dentro da sua cela, Ichiria sentiu um cheiro forte, muito forte mesmo, de algo azedo. Lentamente ela se virou de um lado para o outro, tentando captar melhor de onde vinha. Quando captou a essência no ar, foi tateando as paredes do quarto, até que encontrou uma passagem que a retirou de Wikário, podendo dizer assim que ela “fugiu” da sua cela e, estranhamente, chegou a uma dispensa:
“Será essa uma das artimanhas de Lúcifer?”
Não que o lugar fosse pequeno. Ela é que era muito grande em sua forma natural: 4 metros de altura. Então, por aqueles instantes e para caber naquele local, Ichiria diminuiu o seu tamanho. E aí acessou o apertado cômodo onde o cheiro era intenso:
“Leite azedo.” — avaliou.
Dali consegui ouvir uma conversa vinda do lado de fora:
— Não há o que fazer. É um caminho sem volta.
— Eu não consigo pensar claramente nas consequências. Só consigo pensar nela.
— Se é assim pensa no bem estar dela.
— Fácil assim? Não creio.
— Mas é disso que se trata: ela. Você vai fazer todo e qualquer sacrificio por ela. Pensa mais um pouco.
Na sequência Ichiria ouviu passos, o barulho de algo desligando e depois uma porta abrir e se fechar.
“Claramente existe um jogo de interesses em curso.”
MI Bahrteau - 006
— Tudo
preparado? — questionou, Nanor, assim
que chegou.
— Faltam
algumas formatações no documento.
— Algo muito
complexo?
— Não, não. É
que Haeve
liberou uma atualização para o programa editor de texto e estou me certificando
de que tudo esteja em conformidade — respondeu, Temaziel,
que digitava frente à tela.
— Você está
certo.
— Preciso
também verificar a chancela do documento, não quero a mesma confusão que teve
da última vez.
— O que não
deixou de ser engraçado — Nanor sorriu.
— Engraçado ou
não, foi um erro. Meu erro. — Temaziel estava sério. — Só a nível de
despreocupação, pode me falar o cronograma da segurança?
— Corrigindo os erros cometidos no último torneio, primeiro se abrirá o portal do Paraíso, dando acesso ao público celestial para se acomodar em seus lugares. Fecha-se o portal. Na sequência é aberto o portal que dará acesso ao corpo da segurança e dos auxiliares na arbitragem aérea e de solo. Logo se fechará. O próximo portal é o que se conecta ao Inferno. Garantindo o acesso das hostes ao local do torneio. O portal será fechado após a entrada. Só então breves portais darão acesso às comitivas das casas celestiais e seus competidores. Serão abertos e fechados 18 portais, assim o risco diminui. Após a acomodação das comitivas terá inicio a Cerimônia de Abertura.
MI Bahrteau - 005
No galpão de
manutenção de veículos do Forte George G. Meade os vigias da madrugada
mantinham a atenção redobrado. Pelo horário, havia silêncio e escuridão, além
de reinar uma espécie de melancolia, mas que não afetava à todos:
— Jonas, quem
montou a nova escala da noite?
— Michel, quase
certeza que foi a sargento Ann. Por quê?
— Não, nada. É
que está tudo tão organizado. Há tempos não temos ordem e calmaria como essa.
— Você não está
exagerando?
Jonas acendeu um
cigarro e deu uma longa tragada, baforando fumaça para o alto:
— Jonas, há
alguns meses, isso aqui era uma desordem total. Era gente faltando escala,
outros sobrecarregados. Ninguém queria trabalhar. E nem tinha condição.
— Eu me lembro
de algumas desordens.
— Tá vendo? É
claro que na frente dos superiores aparentávamos contentamento e disciplina,
mas havia relutância em respeitar a organização das escalas da forma como era.
— Eu mesmo
faltei alguns turnos, não nego. Dei alguns atestados médicos.
— Depois que ela chegou aqui, meses atrás, as coisas parecem mais acertadas. Ela tem uma mão boa.
MI Bahrteau - 004
Do meio de uma densa escuridão
que tomava as bordas daquele lugar, vindos dois de cada lado, seres demoníacos
de forma distorcida, se aproximaram dos três pontos de energias. E o primeiro
bradou:
— Eu, Ruidok,
líder da falange Teriaque, em nome de Satã, reclamo essas três almas. — E
fincou sua arma no chão.
Em seguida o
próximo:
— Eu, Guidas,
líder da falange Quildrim, em nome de Belphegor, reclamo essas três almas. — E
fincou sua arma no chão.
E o outro:
— Eu,
Tudas-Lon, líder da falange Biasto, em nome de Astaroth, reclamo essas três
almas. — E fincou sua arma no chão.
Então o
último:
— Eu,
Kobalas-Don, líder da falange Dusgue, em nome de Azazel, reclamo essas três
almas. — E fincou sua arma no chão.
E os quatro se olhavam ameaçadoramente, e olharam para as almas e novamente se olharam. Quando Guidas diria algo, um vulcão entrou em erupção próximo, e a claridade avermelhada da lava iluminou levemente o lugar, o suficiente para revelar que a falange Dusque, formada por miríades e miríades, cercava não só as falanges Teriaque, Quildrim e Biasto, assim como todo o lugar. Não restou alternativa aos demais líderes senão desencravar suas armas do chão e iniciar lenta retirada.
MI Bahrteau - 003
Agora eram 4 as garrafas de whisky sobre a mesa: 3 vazias e a
última pela metade. Sentada naquele canto mais escuro da boate, a garota não
bebia, ela dragava o líquido em grandes goles como se fosse água. Agora virava
o copo cheio que derramava e lhe escorria pelo pescoço, molhando a roupa, mas
logo evaporava.
Do balcão a atendente, e dona do estabelecimento, observava aquela
cliente desde que tinha chegado, e não só naquela madrugada, pois era a quarta
vez nessa semana que a garota aparecia por ali. A moça sentada à mesa era loira
com cabelos abaixo dos ombros, pouco alta,
e com olhos azuis que focavam apenas na bebida. Geralmente vestia um sobretudo
bege, sem adereços, acessórios ou maquiagem. Muito discreta e sempre sozinha.
Chegava por volta 1 hora da manhã e chamava o garçom pedindo a primeira garrafa
e assim se passavam horas entre uma garrafa e outra.
Naquele dia já se aproximava do fechamento, eram 4h30 da manhã e o
movimento diminuía visivelmente. Os três seguranças se posicionavam do lado de
fora e próximos à porta, observando e organizando a saída dos clientes. Algumas
confusões ocorreram em outros dias, por isso a nova postura.
Do lado de dentro era o momento “fim de noite”. Hora de fechar contas, consumir uma última carreira ou dose, e
até mesmo tentar uma última investida para quem não quisesse dormir sozinho:
— A garota está sozinha? — O rapaz se aproximou galanteador.
BAALDIRES (História: Delas - Amor Proibido) [1]
Baaldires não era demônia de ofício, menos ainda uma súcubo. Ela era uma caída que ficou aprisionada em Wikário e, depois de longo tempo, te...

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A idéia principal deste artigo não é ser um guia definitivo, mas compartilhar algumas experiências e dar sugestões para aqueles que anda...
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