Júlio
e Nelson se despediram lá mesmo na recepção. Como Bruna era a líder da equipe,
a responsabilidade de avisar sobre o encontro recaía sobre seus ombros.
Desanimada com o resultado da conversa, ela pegou o carro e dirigiu
morosamente, retornando para casa.
“Mas
que droga. Ele tinha que aparecer?”
E um
incômodo crescia em seu interior com a ideia de informar a Marcus da negativa
sobre a negociação com a Dezinea.
“Ele
vai ficar fulo da vida.”
Passava pelo centro da cidade, pouco movimentado aos domingos, e resolveu fazer a ligação dali mesmo. Estacionou perto de uma banca de revistas e procurou na bolsa.
“Acho
que tenho algumas fichas telefônicas aqui”, pensou e, no sexto compartimento
interno, ela encontrou três. Foi ao orelhão e discou o número da residência de
Marcus e, no terceiro bipe, ele atendeu:
—
Alô!
—
Oi. Sou eu.
—
Que maravilha. Ligando cedo assim, deve ter boa notícia.
O
otimismo dele, explícito na voz, só a deixava mais tensa.
—
Infelizmente — ela começou —, não há boas notícias.
—
Como é que é?
— É
o que está ouvindo, Marcus. Nada do que planejamos se concretizou.
—
Você está me dizendo que perdeu o negócio? — o tom de voz dele mudou.
—
Nem sei o que te falar. Estou aturdida.
—
Preciso de mais informações.
—
Tudo bem, mas amanhã conversamos. Agora vou pra casa descansar. Até mais! — E
desligou o telefone.
Do
outro lado da linha, o dono da Lemaw, irritado, lamentava a perda dessa
negociação:
— Droga! Minha melhor negociadora… — Ele olhou ao redor. — Ela há de me informar.
Levantou-se e foi para o banheiro tomar banho. Planejava sair em pouco mais de uma hora.

Nenhum comentário:
Postar um comentário