Ardes - Capítulo 162

 


Júlio e Nelson se despediram lá mesmo na recepção. Como Bruna era a líder da equipe, a responsabilidade de avisar sobre o encontro recaía sobre seus ombros. Desanimada com o resultado da conversa, ela pegou o carro e dirigiu morosamente, retornando para casa.

“Mas que droga. Ele tinha que aparecer?”

E um incômodo crescia em seu interior com a ideia de informar a Marcus da negativa sobre a negociação com a Dezinea.

“Ele vai ficar fulo da vida.”

Passava pelo centro da cidade, pouco movimentado aos domingos, e resolveu fazer a ligação dali mesmo. Estacionou perto de uma banca de revistas e procurou na bolsa.

“Acho que tenho algumas fichas telefônicas aqui”, pensou e, no sexto compartimento interno, ela encontrou três. Foi ao orelhão e discou o número da residência de Marcus e, no terceiro bipe, ele atendeu:

— Alô!

— Oi. Sou eu.

— Que maravilha. Ligando cedo assim, deve ter boa notícia.

O otimismo dele, explícito na voz, só a deixava mais tensa.

— Infelizmente — ela começou —, não há boas notícias.

— Como é que é?

— É o que está ouvindo, Marcus. Nada do que planejamos se concretizou.

— Você está me dizendo que perdeu o negócio? — o tom de voz dele mudou.

— Nem sei o que te falar. Estou aturdida.

— Preciso de mais informações.

— Tudo bem, mas amanhã conversamos. Agora vou pra casa descansar. Até mais! — E desligou o telefone.

Do outro lado da linha, o dono da Lemaw, irritado, lamentava a perda dessa negociação:

— Droga! Minha melhor negociadora… — Ele olhou ao redor. — Ela há de me informar.

Levantou-se e foi para o banheiro tomar banho. Planejava sair em pouco mais de uma hora.

Nenhum comentário:

BAALDIRES (História: Delas - Amor Proibido) [1]

Baaldires não era demônia de ofício, menos ainda uma súcubo. Ela era uma caída que ficou aprisionada em Wikário e, depois de longo tempo, te...