Ardes - Capítulo 155

 


O termógrafo identificou que a peça não chegava à temperatura ideal, havia perda em algum lugar do sistema. Detectou assim que havia falhas na irrigação do óleo, logo, poderia ser problema nas canaletas. O sistema de resfriamento também não era eficiente, pois um lado aquecia mais que o outro, fervendo a água, e a ventoinha não baixava a temperatura. Sendo assim, o óleo e o motor trabalhavam com duas temperaturas, o que diminuía consideravelmente o desempenho e a durabilidade.

Através das câmeras do laboratório, a sede e as unidades na Holanda, acompanhavam o trabalho do rapaz, mas até ali tudo estava dentro do normal.

Rainen pegou o projeto de outro motor, um que ele considerava de alto desempenho, e fez todas as medições no sistema de circulação de óleo, assim como o sistema de resfriamento. Isso levou alguns dias. Em seguida, uma ligação:

— Edwin, preciso do bloco do motor, virgem.

— Então você quer apenas as chapas de aço.

— Exato!

Em pouco tempo as peças chegaram. Nesse meio tempo, levou sua caminhonete, mensurando todas as conexões, encaixes, mangueiras e presilhas, e anotando tudo para passar o pedido.

Na sede da empresa na Holanda, na sala da presidência, Persie acompanhava todo o trabalho. Para os funcionários da Dezinea, aquilo era como um programa diário, mostrando o afinco de um jovem na construção de um motor.

— Nataly!

— Sim, senhor Persie.

— Solicite duas passagens aéreas…

— Para onde?

Mas Persie travou, observando a televisão.

“Pai amado, o que ele está fazendo?”

Deixou a ligação cair ao ver Rainen retornando para o laboratório e movendo os blocos para a máquina de perfuração digital. Ele inseriu os dados no computador e o equipamento criou uma imagem 3D, mostrando os lugares onde perfuraria. A imagem também era compartilhada pelas câmeras.

— Rainen, tem certeza do que está fazendo? — Edwin entendia, mas nunca tinha visto uma única pessoa cuidando de todas as etapas.

— Não se preocupe…

Um estalido e a perfuratriz parou.

— O que aconteceu?

Rainen se aproximou, vendo a peça quebrada.

— Precisamos de outra broca.

— Vou encomendar.

— Peça um estojo pequeno, só por garantia — pediu o rapaz.

— Ok.

Enquanto isso, ele desparafusou o prendedor, deixando a peça danificada cair.

Quando chegou à sua sala, o telefone tocou e o rapaz atendeu:

— Alô!

— Oi. Edwin?

— Heidi, que prazer em te ouvir.

— Também digo o mesmo, e mais uma coisa: o presidente comprou as passagens e em 10 dias estará na sua unidade.

— Tem certeza disso, Heidi?

— Tenho sim. Ele comprou duas passagens, e eu o acompanharei.

— Deus do Céu!

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