O termógrafo identificou que a peça não chegava à temperatura ideal, havia perda
em algum lugar do sistema. Detectou assim que havia falhas na irrigação do
óleo, logo, poderia ser problema nas canaletas. O sistema de resfriamento
também não era eficiente, pois um lado aquecia mais que o outro, fervendo a
água, e a ventoinha não baixava a temperatura. Sendo assim, o óleo e o motor
trabalhavam com duas temperaturas, o que diminuía consideravelmente o
desempenho e a durabilidade.
Através
das câmeras do laboratório, a sede e as unidades na Holanda, acompanhavam o
trabalho do rapaz, mas até ali tudo estava dentro do normal.
Rainen
pegou o projeto de outro motor, um que ele considerava de alto desempenho, e
fez todas as medições no sistema de circulação de óleo, assim como o sistema de
resfriamento. Isso levou alguns dias. Em seguida, uma ligação:
—
Edwin, preciso do bloco do motor, virgem.
—
Então você quer apenas as chapas de aço.
— Exato!
Em pouco
tempo as peças chegaram. Nesse meio tempo, levou sua caminhonete, mensurando
todas as conexões, encaixes, mangueiras e presilhas, e anotando tudo para
passar o pedido.
Na
sede da empresa na Holanda, na sala da presidência, Persie acompanhava todo o
trabalho. Para os funcionários da Dezinea, aquilo era como um programa diário,
mostrando o afinco de um jovem na construção de um motor.
—
Nataly!
—
Sim, senhor Persie.
—
Solicite duas passagens aéreas…
—
Para onde?
Mas
Persie travou, observando a televisão.
“Pai
amado, o que ele está fazendo?”
Deixou
a ligação cair ao ver Rainen retornando para o laboratório e movendo os blocos
para a máquina de perfuração digital. Ele inseriu os dados no computador e o
equipamento criou uma imagem 3D, mostrando os lugares onde perfuraria. A imagem
também era compartilhada pelas câmeras.
— Rainen,
tem certeza do que está fazendo? — Edwin entendia, mas nunca tinha visto uma
única pessoa cuidando de todas as etapas.
—
Não se preocupe…
Um
estalido e a perfuratriz parou.
— O
que aconteceu?
Rainen
se aproximou, vendo a peça quebrada.
—
Precisamos de outra broca.
—
Vou encomendar.
—
Peça um estojo pequeno, só por garantia — pediu o rapaz.
—
Ok.
Enquanto
isso, ele desparafusou o prendedor, deixando a peça danificada cair.
Quando
chegou à sua sala, o telefone tocou e o rapaz atendeu:
—
Alô!
—
Oi. Edwin?
—
Heidi, que prazer em te ouvir.
—
Também digo o mesmo, e mais uma coisa: o presidente comprou as passagens e em
10 dias estará na sua unidade.
—
Tem certeza disso, Heidi?
— Tenho sim. Ele comprou duas passagens, e eu o acompanharei.
— Deus do Céu!
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