Ardes - Capítulo 117

 

 … e assim é melhor aproveitada a potência — concluía Johan.

— Uau! Realmente, você conhece tudo de motores e do seu desenvolvimento.

— Ora, senhor Rainen, dediquei a minha vida a isso. Prova é que saí do meu país apenas para lhe dar aula.

— Admirável a sua atitude, Johan.

— Obrigado! — Fez reverência, como se lhe tirasse um chapéu. — Agora vamos para a parte prática do aprendizado: o laboratório. Siga-me!

Caminhavam pelas áreas da empresa naquele dia, sem a movimentação corrida de funcionários de um lado para o outro, levando e trazendo materiais e equipamentos.

Os olhos de Rainen brilharam quando reviu a sala.

— Meu Deus! — Estava deslumbrado.

Johan deu um tempo para que o rapaz esquadrinhasse tudo o que havia na sala, só então explicou:

— A partir de agora, nossas aulas serão aqui. Essa é uma sala laboratorial padrão, que tem similaridade com o laboratório da Holanda.

— Mas falta alguma coisa?

— Sim, um ou outro equipamento, mas não vai nos atrapalhar. Era para serem utilizados pelos engenheiros da empresa, mas nenhum deles veio para cá.

— É uma pena!

— Verdade, Rainen. Mas nós estamos aqui. E quem sabe o que será do amanhã?

— Quem sabe?

Johan era bem otimista e motivado. Mostrou a Rainen o funcionamento de vários daqueles equipamentos que fariam parte da rotina do rapaz. Cada um dos maquinários com as suas funcionalidades, peculiaridades e resultados.

— Tudo o que fazemos aqui é registrado e arquivado no banco de dados da empresa — disse o senhor.

— Assim podem acompanhar os avanços, certo?!

— Mais que isso. O software cria uma previsão a partir das informações que recebe do seu trabalho.

— Algo como uma inteligência artificial?

— Exatamente, senhor Rainen. Isso o ajuda no desenvolvimento e ajuda a empresa a planejar. Veja… — Johan apontou para os cantos. — Tudo o que fizermos será acompanhado e analisado. Seja o que for que Edwin tenha em mente, é algo bem ousado.

Rainen começava a ter uma noção da dimensão da situação que vivenciava.

— Estou sem palavras.

— Que bom, mas é hora de irmos. — Johan mostrou o relógio.

— Não posso me mudar para cá?

Johan riu e voltou-se para o rapaz:

— É admirável o seu vigor e a sua capacidade de aprender sobre tantos e variados assuntos, além da sua persistência e devoção. Obrigado por me mostrar isso novamente.

— Poxa! Obrigado, Johan. Fala isso porque fiz a piada da mudança?

— Não, senhor Rainen, mas porque são 18 horas de domingo e ainda estamos no laboratório da Dezinea — disse sério —, e se eu puder lhe dar um conselho…

— Claro! Diga.

— Sempre que puder, esteja perto e cuide daqueles que te amam. Isso o deixará melhor, mais feliz, mais disposto.

— Obrigado pela dica!

Johan sorriu, saindo e apagando as luzes.

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