— … e assim é melhor aproveitada a potência — concluía Johan.
—
Uau! Realmente, você conhece tudo de motores e do seu desenvolvimento.
—
Ora, senhor Rainen, dediquei a minha vida a isso. Prova é que saí do meu país
apenas para lhe dar aula.
—
Admirável a sua atitude, Johan.
—
Obrigado! — Fez reverência, como se lhe tirasse um chapéu. — Agora vamos para a
parte prática do aprendizado: o laboratório. Siga-me!
Caminhavam pelas áreas da empresa naquele dia, sem a movimentação corrida de funcionários de um lado para o outro, levando e trazendo materiais e equipamentos.
Os
olhos de Rainen brilharam quando reviu a sala.
—
Meu Deus! — Estava deslumbrado.
Johan
deu um tempo para que o rapaz esquadrinhasse tudo o que havia na sala, só então
explicou:
— A
partir de agora, nossas aulas serão aqui. Essa é uma sala laboratorial padrão,
que tem similaridade com o laboratório da Holanda.
—
Mas falta alguma coisa?
—
Sim, um ou outro equipamento, mas não vai nos atrapalhar. Era para serem
utilizados pelos engenheiros da empresa, mas nenhum deles veio para cá.
— É
uma pena!
—
Verdade, Rainen. Mas nós estamos aqui. E quem sabe o que será do amanhã?
—
Quem sabe?
Johan
era bem otimista e motivado. Mostrou a Rainen o funcionamento de vários
daqueles equipamentos que fariam parte da rotina do rapaz. Cada um dos
maquinários com as suas funcionalidades, peculiaridades e resultados.
—
Tudo o que fazemos aqui é registrado e arquivado no banco de dados da empresa —
disse o senhor.
—
Assim podem acompanhar os avanços, certo?!
—
Mais que isso. O software cria uma previsão a partir das informações que recebe
do seu trabalho.
—
Algo como uma inteligência artificial?
—
Exatamente, senhor Rainen. Isso o ajuda no desenvolvimento e ajuda a empresa a
planejar. Veja… — Johan apontou para os cantos. — Tudo o que fizermos será
acompanhado e analisado. Seja o que for que Edwin tenha em mente, é algo bem
ousado.
Rainen
começava a ter uma noção da dimensão da situação que vivenciava.
—
Estou sem palavras.
—
Que bom, mas é hora de irmos. — Johan mostrou o relógio.
—
Não posso me mudar para cá?
Johan
riu e voltou-se para o rapaz:
— É
admirável o seu vigor e a sua capacidade de aprender sobre tantos e variados
assuntos, além da sua persistência e devoção. Obrigado por me mostrar isso
novamente.
—
Poxa! Obrigado, Johan. Fala isso porque fiz a piada da mudança?
—
Não, senhor Rainen, mas porque são 18 horas de domingo e ainda estamos no
laboratório da Dezinea — disse sério —, e se eu puder lhe dar um conselho…
—
Claro! Diga.
—
Sempre que puder, esteja perto e cuide daqueles que te amam. Isso o deixará
melhor, mais feliz, mais disposto.
— Obrigado pela dica!
Johan sorriu, saindo e apagando as luzes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário