— Aprendi com a vida que é importante respeitar o tempo das coisas. — Ele limpava o rosto da garota enquanto falava. — Para o seu azar, você agiu de modo precipitado, expondo o seu pensamento contrário a uma situação que, me parece, sua família apoia.
—
Droga! — Bruna entendia o tamanho do erro que cometera.
—
Agora não adianta reclamar, o estrago está feito. É se reorganizar e buscar a
melhor estratégia para voltar à luta. — Ele olhou aquele rosto tão puro e pensou
um pouco. — Mas… se quer um conselho, desista dessa vingança.
— Por que me diz isso? — A garota estranhou a reflexão vinda de Marcus.
—
Está lidando com uma grandeza que é
das mais difíceis de lidar: o amor. Observando a forma coordenada como agiram essa
noite, vejo a dificuldade que será destruir algo assim.
Porém
Bruna não conseguia mais abandonar esse pensamento. Ser humilhada diante de
toda a família destroçou o seu orgulho, e agora queria o revide. Mas para não
contrariar Marcus, ela se mostrou disposta a ouvi-lo.
— E
o que mais? — fingiu interesse.
—
Você se desgastaria muito e desviaria o seu foco. — Ele se aproximou
carinhosamente. — Preciso que esteja bem, tanto em seu intelecto quanto em seu
emocional.
Marcus
disse a verdade, mas não toda. Mesmo assim, beijou Bruna, e ela se sentiu
acolhida, protegida, correspondendo ao abraço.
—
Agora preciso ir. — E beijou-a na testa.
—
Tão cedo?
—
São quase 22 horas. Ainda preciso passar em outros lugares.
—
Posso ir junto? — ofereceu-se.
—
Dessa vez não. São negócios particulares — mentiu saborosamente bem.
—
Você não para nem no Natal? — ela fingiu acreditar.
— Tenho que entregar alguns presentes para pegar os meus.
Sob o olhar atento de Bruna, Marcus caminhou na direção do carro, entrou, deu partida e foi embora. Passaria em mais dois lugares antes que sua noite terminasse.
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