O carro seguia pela rodovia em altíssima velocidade. Sua cor era de um vermelho
chamativo, com pneus largos e estáveis, tinha linhas sóbrias, mas o motor era
quase esportivo.
—
Que sensação maravilhosa! — Mario pisou mais no acelerador.
—
Nem fala — Rainen sentiu-se pressionado contra o banco —, são mais de 500
cavalos de potência.
Minutos
depois, pararam em uma lanchonete na rodovia. Entraram e continuaram a
conversa:
—
Acha que é um bom carro?
—
Bom não. Excelente!
Nesse
instante, a garçonete chegou com um bule na mão.
—
Café?
—
Não, obrigado!
— Eu aceito!
Mario
pegou uma xícara e ela o serviu, despejando o líquido escaldante.
—
Quero agradecer a ajuda na escolha desse veículo.
—
Não foi nada.
—
Claro que foi. É bom pegar as impressões de alguém que trabalha com um
determinado produto. São informações que auxiliam num processo de tomada de
decisões.
—
Poxa! Você discursou tão bonito que acho que vou abrir um escritório de assessoria.
Ambos
riram e Mario bebeu do café.
—
Mas… isso tem similaridade com o que tem feito com minha filha. Tudo o que ela
vai fazer, espera para conversar contigo antes de se decidir. — Ele olhou firme
para o rapaz e perguntou: — Rainen, você é feliz com a Renata?
—
Sim! Sou feliz demais ao lado dela — respondeu olhando direto nos olhos de
Mario.
Mario
acenou para a garçonete:
—
Pode trazer creme? Obrigado! — E voltou a atenção para o rapaz. — Desculpe a
pergunta tão direta. É que tenho plena convicção de que ela é feliz ao seu
lado. Então gostaria de saber se é recíproco.
—
Fique tranquilo, Mário. Vai acontecer tudo como tem que acontecer. É apenas uma
questão de tempo.
Mario
sabia bem o que o jovem acabara de dizer. A garçonete entregou-lhe o creme e
Mario o misturou com o café, bebendo um bom gole.
—
Tenho você em alta conta, rapaz. Gostaria de deixar isso bem claro.
—
Obrigado! Eu também me afeiçoei a todos vocês… — Rainen fez uma pausa
reflexiva. — … de alguma forma.
Mario
entendeu.
—
Lamento, Rainen. Nem tudo serão flores. Bruna está nervosa com a situação de
nossa família e empenhada em mudar o rumo das coisas. A maior parte da culpa
por ela agir assim é minha. Eu falhei no controle da minha empresa, e hoje
tenho apenas dívidas na justiça. — ele bebeu mais um pouco do café. — Não a
culpo, mas temo pelo seu futuro, caso empenhe tudo o que tem nesse propósito.
O
jovem percebeu o nervosismo de Mario, que tremeu ao levar a xícara até a boca.
—
Não sei bem o que te dizer, Mario. Espero que você se reerga, e que dê tudo
certo para Bruna também.
Mario
sorriu um, pouco nervoso.
—
Seria muito bom se ela encontrasse alguém como você, Rainen.
O
rapaz se endireitou na cadeira analisando aquela proposição. Minutos depois,
pagaram a conta e voltaram para casa de Rainen, onde deixaram o veículo.
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