Ardes - Capítulo 092


O carro seguia pela rodovia em altíssima velocidade. Sua cor era de um vermelho chamativo, com pneus largos e estáveis, tinha linhas sóbrias, mas o motor era quase esportivo.

— Que sensação maravilhosa! — Mario pisou mais no acelerador.

— Nem fala — Rainen sentiu-se pressionado contra o banco —, são mais de 500 cavalos de potência.

Minutos depois, pararam em uma lanchonete na rodovia. Entraram e continuaram a conversa:

— Acha que é um bom carro?

— Bom não. Excelente!

Nesse instante, a garçonete chegou com um bule na mão.

— Café?

— Não, obrigado!

— Eu aceito!

Mario pegou uma xícara e ela o serviu, despejando o líquido escaldante.

— Quero agradecer a ajuda na escolha desse veículo.

— Não foi nada.

— Claro que foi. É bom pegar as impressões de alguém que trabalha com um determinado produto. São informações que auxiliam num processo de tomada de decisões.

— Poxa! Você discursou tão bonito que acho que vou abrir um escritório de assessoria.

Ambos riram e Mario bebeu do café.

— Mas… isso tem similaridade com o que tem feito com minha filha. Tudo o que ela vai fazer, espera para conversar contigo antes de se decidir. — Ele olhou firme para o rapaz e perguntou: — Rainen, você é feliz com a Renata?

— Sim! Sou feliz demais ao lado dela — respondeu olhando direto nos olhos de Mario.

Mario acenou para a garçonete:

— Pode trazer creme? Obrigado! — E voltou a atenção para o rapaz. — Desculpe a pergunta tão direta. É que tenho plena convicção de que ela é feliz ao seu lado. Então gostaria de saber se é recíproco.

— Fique tranquilo, Mário. Vai acontecer tudo como tem que acontecer. É apenas uma questão de tempo.

Mario sabia bem o que o jovem acabara de dizer. A garçonete entregou-lhe o creme e Mario o misturou com o café, bebendo um bom gole.

— Tenho você em alta conta, rapaz. Gostaria de deixar isso bem claro.

— Obrigado! Eu também me afeiçoei a todos vocês… — Rainen fez uma pausa reflexiva. — … de alguma forma.

Mario entendeu.

— Lamento, Rainen. Nem tudo serão flores. Bruna está nervosa com a situação de nossa família e empenhada em mudar o rumo das coisas. A maior parte da culpa por ela agir assim é minha. Eu falhei no controle da minha empresa, e hoje tenho apenas dívidas na justiça. — ele bebeu mais um pouco do café. — Não a culpo, mas temo pelo seu futuro, caso empenhe tudo o que tem nesse propósito.

O jovem percebeu o nervosismo de Mario, que tremeu ao levar a xícara até a boca.

— Não sei bem o que te dizer, Mario. Espero que você se reerga, e que dê tudo certo para Bruna também.

Mario sorriu um, pouco nervoso.

— Seria muito bom se ela encontrasse alguém como você, Rainen.

O rapaz se endireitou na cadeira analisando aquela proposição. Minutos depois, pagaram a conta e voltaram para casa de Rainen, onde deixaram o veículo.


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