Ora,
aquela era a sexta vez que Edwin levava o carro para fazer a revisão
preventiva. Mantinha a frequência de ir uma vez ao mês, como recomendado por
Rainen. Com isso o carro parecia outro: voltou a ter boa potência, diminuiu os
ruídos, acabaram os vazamentos. Como novo. Bem, não tão novo, pois já tinha
alguns anos e boa quilometragem, mas bem melhor em vista do que era.
Nesses
meses que se passaram e com as visitas realizadas, Edwin se aproximou mais de
Rainen, conhecendo boa parte de tudo o que enfrentou até chegar ali. Ele sentiu
que o jovem mecânico abrigava garra e determinação, mas que não havia suporte
para extravasar e ampliar sua potencialidade.
—
Então você não tem graduação?
— Ainda não tenho como pagar — respondeu, continuando a revisão.
—
Pagar? Acho que, com os seus conhecimentos, a instituição de ensino é que
deveria te bancar.
Rainen
riu.
—
Quem sabe um dia? Em breve, espero — disse, baixando o capô do carro. —
Terminado!
—
Foi rápido, hein?!
— Os
problemas mais graves foram resolvidos. Não há muito o que arrumar.
—
Ok! Posso agendar a outra revisão?
—
Claro! E pode escolher um horário mais cedo se quiser.
—
Por que isso?
O
mecânico retirava óleo das mãos com uma estopa.
—
Fui dispensado do exército. Ficarei lá até sexta-feira.
—
Sexta-feira depois de amanhã?
—
Sim. Daí pra frente será só aqui no Tony.
Edwin
sentiu um furor com a informação. Olhou tudo à sua volta e começou a falar
várias coisas em holandês, como se conversasse sozinho. Depois agradeceu
Rainen, pagou pelo serviço e foi embora.
— Sujeito estranho esse — comentou outro mecânico que viu a cena.
— É um bom rapaz e ótimo cliente — disse Rainen iniciando outro serviço.
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