Como
todos os dias, ela encerrou o trabalho, se despediu da equipe e pegou o ônibus
para casa. Seguindo o costume, o veículo estava um pouco vazio, então foi
sentada. Ela segurava com firmeza a bolsa em seu colo, como se carregasse ali
algum segredo ou coisa que a incriminasse.
“Mas…
e se tivesse, quem saberia? E se soubessem, o que me importaria?”
Tinha
a convicção de que, junto dele, nada mais teria sentido.
Quatro
paradas depois, ela deu sinal para descer. Assim que desembarcou, olhou para o
outro lado da rua, vendo o ponto de táxi. Foi até lá, embarcou no primeiro da
fila, entregando o papel.
— Me
leve até esse endereço.
O chofer, um senhor de meia-idade e cabelos grisalhos, leu o papel, ligou o carro e saíram. As vantagens de ter ido de táxi foram que, além de ser uma viagem rápida, o senhor conhecia o lugar e a deixaria na porta.
—
Alguém aguarda a senhorita?
—
Acho que sim.
—
Caso não se importe, lhe farei companhia até que chegue.
—
Obrigada!
O
carro seguia lento, para que tivessem tempo de olhar ao redor. O lugar era
pouco iluminado e ermo, com veículos e carcaças dentro das grades das oficinas.
Os pequenos prédios de quatro andares e padronizados acomodavam apartamentos
onde, em muitos deles, moravam os proprietários das lojas de serviços. E,
exceto por uma, todas as demais oficinas tinham as luzes apagadas.
—
Acredito que seja ali, senhorita.
—
Também acho. Pode parar próximo àquele orelhão[1]?
Renata
desceu do veículo com as fichas
telefônicas na mão. Retirou o fone do gancho, colocou uma ficha no aparelho
e discou os números. Em instantes começaram os bipes e, mesmo distante, ela
conseguiu ouvir a campainha tocando dentro do estabelecimento.
“Atende!
Vamos!”
Mas
a ligação caiu, a ficha desceu para um repositório e ela a pegou. Renata
pressionou o gancho e o liberou, refazendo o procedimento.
Os
bipes, intercalando com a campainha, recomeçaram, mas, dessa vez, a voz soou do
outro lado da linha:
—
Alô!
—
Alô?
—
Renata!
—
Rainen!
—
Está tudo bem?
—
Vai ficar melhor se você abrir o portão e me deixar entrar.
—
Você… está… aqui na frente?
—
Abra, por favor!
—
Claro! Claro! — E desligou.
Lá
fora, a garota pagou o chofer, que lentamente saiu com o veículo.
Próximo,
com o barulho de metal contra metal, a porta de enrolar foi suspensa e a luz
interna clareou toda a frente da oficina. O rapaz correu até o portão e o
destrancou. Ela entrou e ele o travou com o cadeado. Indo na frente, Renata
entrou no estabelecimento caminhando vagarosa, e Rainen seguia atrás. Ela jogou
a bolsa em um canto.
—
Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem? — O rapaz estava preocupado.
A
garota se virou para ele e apontou para a porta. Ele foi lá e a fechou. Voltou
e parou diante de Renata, que agora respirava com dificuldade. Estava nervosa,
trêmula e a voz não lhe saia. Lágrimas corriam pelo seu rosto e ela se
encurvou. Quando caía, Rainen a segurou.
—
Pelo amor de Deus, me diga o que está acontecendo. — Estava aflito diante da
cena.
Ao
sentir o toque, em parte, Renata se reestabeleceu:
—
Eu… te amo! Eu te amo! — quase sussurrava.
—
Renata?
—
Queria te resistir, não ser tão entregue…
—
Mas por que faria isso?
—
Não quero mentir para você, eu não consigo. Então prefiro que você veja, e peço
que compreenda, pois sem o seu amor eu caminharia para os braços da morte.
Com
ternura a abraçou e lhe confessou em voz muito baixa:
— Eu
a seguiria. — E beijou-lhe a testa.
Ela
o olhou com candura.
—
Então você…
— Eu
te amo, Renata! — Ele a beijou.
Quando
encerrou o gesto, ela foi direta:
— Tem
banheiro aqui?
—
Tem sim, naquela lateral.
Ela
caminhou até lá e entrou. Havia uma organização mínima no lugar. Era um
vestiário com armários de metal na cor cinza. As paredes ali eram apenas
rebocadas e pintadas numa coloração azul-escura. Nos cantos, havia caixas, com
restos e peças, devidamente empilhadas. Centralizado havia um banco e, junto à
parede do fundo, uma velha mesa. À frente uma porta, ao passar por ela, acessou
o banheiro: uma pia pequena e encardida; abaixo, uma prateleira com produtos de
limpeza; sobre a pia, um pedaço de espelho; ao lado, o sanitário sem tampa. Não
conseguiu segurar a risada.
“Homens…”
E
então encontrou o que procurava.
—
Rainen, traz minha bolsa, por favor? — pediu, enquanto ligava o chuveiro.
—
Está aqui sobre a cadeira, ao lado da porta.
Ele
ia saindo, quando ela pediu de novo:
—
Pode pegar minha toalha e esse saco branco dentro da bolsa?
—
Claro.
—
Ótimo! Entre aqui para me entregar.
A
mente dele girou com a ideia.
—
Eu… entrar aí?
—
Entre de costas — ela tentou atenuar —, mas não abra muito a porta pra que não
passe friagem.
Mesmo
com a iniciativa, Renata ficou um pouco preocupada. Lá fora, o silêncio se
estendeu por alguns segundos, até que ele respirou fundo e girou maçaneta
devagar. Estava confuso com o que acontecia.
—
Eu… eu… trouxe o que me pediu. Não… não tenho toalha de banho, mas peguei
quatro toalhas de rosto.
E as
pendurou empilhando as peças num prego preso à porta. Vê-lo ali, um pouco
perdido com a situação, a fez continuar, sabendo qual era o seu objetivo.
—
Pode pegar um sabonete dentro da sacola e me entregar? Estou com as mãos
molhadas.
—
Tudo bem.
Assim
que abriu a sacola, Rainen viu que não havia apenas sabonete ali dentro:
— Espere
aí… gel lubrifican… preserv… você está queren…
Mas
interrompeu sua fala ao sentir-se agarrado por trás.
—
Vim aqui com um único objetivo: me entregar a você.
—
Mas…
— Na
sua ausência, eu pensei bastante em nosso relacionamento, e vejo que não me
basta ser sua namorada.
—
Você quer cas…
Ela
o virou e fitou os seus olhos.
— Rainen,
eu quero ser sua mulher.
— Eu
te respeito demais.
— Me
entenda. Agradeço o seu respeito, mas agora preciso de outra coisa. — E ela o
beijou ardentemente. — Me faça mulher.
Rainen
deu um passo para traz, encostando-se na porta. O pensamento que tivera pouco
tempo atrás, sobre o amadurecimento de Renata, fora o prelúdio daquele momento.
Mas, para que ela ultrapassasse as expectativas, a participação dele era
fundamental.
Então
se aproximou dela e a segurou pela nuca. O toque a fez tremer.
—
Minha Renata. — Ele a beijou.
Enquanto
isso acontecia, a garota desabotoava a camisa e a calça do rapaz, que a ajudava
retirando as peças e jogando-as sobre a pia. Assim, abraçados entraram debaixo
d’água, com beijos abraços e carícias.
—
Tenta não molhar meu cabelo.
O
banho foi rápido, só para retirar o suor, e então, sem mais conter os impulsos,
Renata começou. Desligou o chuveiro e, aos beijos, trilhou um caminho do peito,
passando pelo abdômen, se ajoelhando até chegar ao membro ereto de Rainen. Os
olhos da garota brilharam ao vê-lo. Carinhosamente ela o tocou com a mão, em
seguida, se aproximou cheirando.
— O
que você vai…
Rainen
não terminou a frase, pois sentiu-se abocanhado por Renata. Com os olhos
fechados ela sorvia, lambia, beijava, massageava, desde a base até a ponta, um
pouco perdida às vezes, mas ciente de que era o que desejava. Rainen provava
uma das melhores sensações que experimentou em toda a sua vida. Cinco minutos
depois, ele pediu:
—
Pare! Não consigo mais segurar.
Renata
entendeu e abocanhou o membro com mais voracidade, até massagear com a língua
um ponto específico, bem na ponta, na parte de baixo.
—
Não dá mais pra segurar.
A
garota sentiu o membro latejando em sua boca enquanto jorrava um líquido quente
e levemente salgado. Com cuidado, ela o engoliu e continuou lambendo-o e
beijando. Renata estava muito alterada.
Rainen
ainda sentia as ondas de prazer e lutava para se controlar, quando ela o
abraçou. Então ele quis beijá-la.
—
Ainda não.
Mas
ele queria mais e, de súbito, a agarrou levando-a para o vestiário. Rasgou
caixas de papelão e forrou a mesa, só então deitou Renata, que o olhava com
desejo e curiosidade.
Ele
admirou o corpo jovem e belo: seios de bom tamanho e pontudos, firmes; a pele
macia e sedosa; cintura bem delineada salientando o quadril; coxa grossas e
torneadas; até que focou os pelos ralos e claros na virilha de Renata.
—
Que pensa faze…
Rápido
ele abriu as pernas da garota e ali aplicou uma lenta e molhada lambida. Aquilo
a desestabilizou. Então veio a segunda lambida, a terceira, a quarta. E quando
deu por si, ele sugava, se lambuzando com o lubrificante que saía dela.
—
Par… pa… par…
Renata
tentava falar alguma coisa, mas o prazer não permitia que controlasse sua fala.
E diante da língua ávida de Rainen, ela se entregou, puxando a cabeça do rapaz
para o meio de suas pernas. Mesmo empolgado, ele diminuiu a velocidade e
aumentou a profundidade do movimento. Então sentiu no queixo o jorro de um
líquido quente. Ela se contorcia de prazer, tentando tirá-lo dali, mas ele a
segurou a continuou aplicando o movimento. Novos jorros, até que ela gritou:
—
Para! Para, pelo amor de Deus!
Ela
se contorcia tremendo sobre a fraca luz do cômodo. Vendo a cena, Rainen sorriu
com a boca ainda melada.
—
Acho que já deu por hoje, não é?
—
Ainda não. Isso foi uma preliminar. Agora é que vamos começar. Traz a
sacolinha.
Ele
foi ao banheiro e voltou com o que ela pediu.
—
Tudo bem, entendo os preservativos, mas… e esse gel?
Renata
se sentou na mesa e ele se encostou nela.
—
Precisaremos dele.
—
Mas eu vi. Você lubrifica bem.
Ela
o empurrou um pouco para trás, colocou os pés no chão e virou-se de costas,
apoiando a barriga e os seios na mesa e empinando o quadril.
—
Nem todas as minhas partes lubrificam naturalmente.
Ele
arregalou os olhos um pouco nervoso e sentindo a tensão em seus músculos.
— Eu
não… Eu não vou…
Ela
se pôs ereta e o abraçou.
—
Não, você não vai. — lhe sorriu. — Nós vamos.
O
rapaz não acreditava no que ouvia, via e sentia. Diante da inércia, Renata o
beijou e pegou o preservativo de sua mão. Ajoelhou-se e sua boca percorreu todo
o membro de Rainen, que enrijeceu. Foi quando ela colocou o preservativo e
voltou a beijar o rapaz. Então destampou o gel, pegou um punhado do produto e o
espalhou generosamente no membro, que agora, além de rijo, estava besuntado.
Com mais outro punhado de gel, Renata lubrificou o meio das nádegas e voltou à
posição de oferta.
—
Venha! Faça!
Vê-la
tão submissa e tão desejosa o instigou, e teve a percepção de que somente ele
seria capaz de satisfazê-la. Assim, um fogo o tomou, e ele se aproximou
admirando a beleza daquele quadril.
Ela
sentiu o membro roçar em suas carnes, até tocar na entrada.
—
Vamos devagar — disse gemendo.
Rainen
forçou mais um pouco e a cabeça entrou. Renata suspirou e gemeu. Como não houve
reclamação, ele continuou empurrando e, naquela posição, ele via o membro
sumindo aos poucos para dentro de sua amada.
“Sem
o lubrificante seria impossível”.
Já a
garota sentia uma forte ardência e uma satisfação estranha em se sujeitar
daquela forma. Foi quando ouviu.
—
Entrou quase todo.
—
Agora movimenta para trás e para frente, devagar.
Ela
não precisaria pedir. Rainen, mesmo ansioso com a experiência, seguia com
bastante cuidado e no ritmo de Renata. E deu início a um movimento compassado e
bem sensível. A garota estava incomodada, percebendo a falta de algo, quando
sentiu mãos percorrerem o seu corpo: nádegas, quadril, cintura, costas, ombros
e, então, um leve puxão nos cabelos.
—
Você é deliciosa.
Aquilo
fez Renata sair de si.
—
Saboreia… — gemeu — é tudo seu.
E
agora, tomada por mais prazer, lançava o quadril para trás, acelerando o
movimento de Rainen, que entendeu e aumentou o seu ritmo.
—
Ai… que delícia… — Renata sussurrava, babando.
Mais
alguns minutos naquela posição e ela implorou:
—
Também preciso te beijar…
—
Como?
—
Não tira de dentro e vamos mudar de posição.
Com
jeito e força, Rainen a girou, deixando a garota com a barriga para cima. Ela
então puxou-o sobre si e os lábios se tocaram, com pouca coordenação, mas com
muito fogo. Ele deixou o beijo e lambeu o pescoço e os seios, sentindo o gosto
salgado do suor, mas nem por isso parava, e chegou aos seios e aos seus bicos,
prendendo-os com firme sucção.
Com
mais esse ponto de prazer, Renata seguiu com as mãos até o meio das pernas e se
tocou. As ondas de satisfação aumentaram e a arrebataram em delírio. E o jato
de líquido quente atingiu a barriga de Rainen.
—
Preciso que você também chegue ao orgasmo.
— Eu
não quero agora.
—
Não consegui te satisfazer? — Havia desapontamento na voz da garota.
—
Conseguiu, e muito. Só não quero por agora.
E a
beijou apaixonadamente, enquanto, aos poucos, saía de dentro dela.
—
Rainen, eu te amo!
—
Também te amo!
E ele a conduziu para dentro do banheiro onde se higienizaram, em meio a abraços e beijos. Num dado momento, ele a olhou:
— Preciso de explicações.
Obs: esse é o fim do arco "APRENDIZADO".
O próximo será "ASCENSÃO E QUEDA".
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