Renata
permeava entre suas obrigações e suas vontades que, naquele instante, eram
destoantes umas das outras. A obrigação a convocava ao trabalho, impondo
responsabilidade e comprometimento, mas a sua vontade a subjugava ao seu amado.
Então ela fez a primeira ligação.
—
Alô! Pai?!
—
Oi, filha. Tudo bem por aí?
— A
correria de sempre.
—
Que bom.
— Estou ligando para avisar que daqui irei à universidade para um trabalho de grupo.
—
Quer que eu te busque lá?
— Não
precisa, peço para uma das meninas me levar pra casa.
—
Tudo bem. Qualquer coisa é só ligar.
—
Ok. Beijo!
Quando
desligou o telefone, ela estava pálida e com as mãos frias, sentindo o peso do
que fizera.
—
Meu Deus, Acabo de mentir para meu pai.
Mais
uma vez, pensou em seu amado e na convicção de seus sentimentos. Puxou o
telefone do gancho e fez a segunda ligação.
—
Preciso do endereço do número: 425-6549.
— Um
segundo, senhora — pediu a telefonista, dizendo em seguida: — Pode anotar?
Renata
rabiscou em um papel.
—
Obrigada! — E desligou.
Foi
até o armário onde guardava seus pertences. Ali dentro, sua bolsa. Abriu o
zíper, vendo uma sacolinha branca com vários itens. Junto, colocou o papel.
“Está feito. Não há volta!”
E sorriu com a constatação.
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