Após fechar a porta do
apartamento, ela ainda ouvia os passos pelo corredor. Voltou sua atenção para o
quarto, e começou a arrumar a cama. Retirou lençóis, fronhas e travesseiros,
levando para a area da lavanderia. Colocou dentro da máquina junto com o roupão
que vestia, acrescentando o bactericida de efeito profundo, sabão de coco, e
configurou a água quente. Luna gostava daquele cheiro, e da limpeza. Nua,
recostada no equipamento, ela assistia a água cair dentro do tambor. Sentiu o
cansaço tomar conta de seu corpo. Os músculos reclamavam do desgaste, tendões
tremiam pela intensidade sexual.
“Preciso relaxar”.
Com esse pensamento, foi
para o banheiro. Sem a mesma pressa de 3 horas atrás, ligou a torneiras da banheira,
dosando a água para que ficasse na temperatura satisfatória.
“Mais quente.” — Já se via dentro
da banheira.
Enquanto o nível de água
subia, se mirou no espelho, vendo o corpo belo e jovial. Queria sentir algum
tipo de aversão, porém, apenas se olhando não conseguia. Mas assim que se
lembrou do rapaz, teve uma ponta de incômodo.
“Não é para mim.” — Tentava
uma justificativa que lhe trouxesse bem estar e convencimento.
Tentando anular o
pensamento, escolheu os sais no armário, e colocou na tina. Uma fina espuma
subiu. A garota correu ao quarto e pegou a toalha que esquecera. Voltou e
desligou a água, entrando em seguida. Sentou recostando na borda oposta às
torneiras, e esticou as pernas. Imersa, apenas com a cabeça de fora, fechou os
olhos e a recordação retornou mais forte.
“Muito novinho.” — Sorriu.
Mergulhou, molhando o rosto
e os cabelos, e se perguntou o porque daqueles pensamentos. Talvez por opção
própria, talvez por coisas do passado, mas tinha a certeza, pelas suas
necessidades do presente, de que o rejeitaria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário