— Nada contra você, Dirceu.
É realmente por conta dos nossos intentos. — Pontuou Conde.
Ora, Conde, além de integrante
de um grupo, agia como porta-voz logo que uma decisão era tomada pela cúpula. Grupo
esse que reunia seletos homens que buscavam os melhores resultados, não para a
religião, mas para si mesmos. Atuavam a poucos anos, mas se infiltraram em
muitas religiões e seitas e eram extremamente poderosos e influentes.
— Tudo bem. Eu entendo. —
Dirceu sabia bem com quem tratava e sobre o que tratavam. — E pode acreditar que
tenho feito o possível para resolver isso.
— Não queremos holofotes
sobre nossas operações. Você, mais que ninguém, sabe disso. E a sua condição
atual pode desarmonizar esse ponto.
— Será?
— Tá de brincadeira, não é?
Você é um bispo. Na maioria das religiões, seitas e heresias, é um cargo
ocupado por alguém num relacionamento estável e duradouro.
— Certo! Me desculpe! Acho
que toda a situação está me deixando tenso. Falei sem pensar.
— Sem preocupações, por enquanto.
Mas resolva o quanto antes.
E desligou o telefone
guardando no bolso.
Conde observava o seu
pessoal e sabia que Dirceu era muito frio, e por isso se ressabiava da solução
que ele daria ao problema. Foi por isso que dias atrás, ligou para Romano, tendo
aquela conversa estática e pouco proveitosa. Queria contornar de algum jeito,
mas não via a solução em seu horizonte.
“Agora é aguardar.”
Pois tinha outros problemas
para resolver. Uma operação estava em andamento na fronteira e ele precisava
tomar as devidas precauções. O carro que o transportava manobrou entrando na
garagem subterrânea do luxuoso hotel. Conde desembarcou e seguiu para o
elevador privativo que o levou aos últimos andares, próximo à cobertura. Após a
subida a porta do elevador se abriu, dando acesso a um espaçoso corredor de
carpete vermelho. Por ali ele andou até uma das últimas portas, e bateu
levemente, entrando em seguida. Era o último a chegar.
— Senhores, precisamos tomar
algumas decisões.
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