A grande guinada na vida de
Dirceu, foi ser procurado por Conde. Isso aconteceu um ano antes de se tornar
bispo. Fato curioso esse, até porque os outros concorrentes ao cargo tinham
melhor cotação diante dos líderes da congregação. E ele mal constava na lista
seletiva.
“—
Alô! Dirceu falando.”
“—
Olá Dirceu, quem fala é Conde.”
“—
Opa! Que bom ligar.”
“—
Bom para ambos! Mas me diga, Dirceu? Vai se tornar bispo? — Havia satisfação na
voz de quem perguntava.”
“—
Até quero, mas minhas chances são nulas.”
“—
Oh! Homem de pequena fé. — Ambos riram, até que Conde perguntou novamente: —
Dirceu, qual o sacrifício faria para ascender ao bispado?”
A
pergunta foi estranha, mas ele sabia bem:
“—
Qualquer coisa, a qualquer hora e em qualquer lugar.”
“—
Ótimo! Muito bom saber. Então nos vemos em breve. Até!”
“—
Até!”
A conversa acontecera meses
antes de ascensão e agora, além de assumir o cargo, era o responsável
financeiro de várias operações estaduais. Naquele tempo precisou lançar as
bases de um noivado que, só ele, sabia que era de fachada. Não concretizaria o
casamento. O seu plano era abandonar a noiva, semanas antes da data já
acertada.
“—
Impossível! — Pontuou Conde. — Não seria bom em nenhum aspecto.”
“—
Não pode ser outra garota? Essa é muito certinha, chatinha. Não vou aguentar.”
“—
Espero que se recorde da nossa última conversa, meses atrás. Te demos a
oportunidade e a chance que não teria. Fizemos por você, agora faça por nós. É
o sacrifício. Mas nada te impede de se ‘enclausurar em petição’, ‘madrugadas de
fogo’ e ‘retiros de petição’. É só escolher e levar. Sabe do que estou falando.
Mas se case e permaneça assim.”
Não
eram as bem as palavras que queria ouvir, mas sabia que eram verdadeiras.
—
Tudo bem…”
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