— Ela é linda… — O rapaz
repetia.
— Calma, Paulo! Vai devagar,
tá!?
Mas era difícil exigir isso de
um garoto de 17 anos. Ele estava mais que encantado.
— Aquele olhar… aquela
serenidade…
Marcos sentia que falava em
vão, mas tentava.
— Olha, ela é apenas uma
garota, igual a tantas…
Porém, Paulo mal ouvia as
palavras. Em sua mente apenas recordava os últimos instantes vividos próximo à
Luna, minutos atrás, como num devaneio:
—
Não precisava ter subido.
Eles
estavam agora na porta do apartamento dela.
—
O que é isso?! Faço questão.
Se
olhavam com profundo interesse, e só então ela percebeu que estava acanhada:
—
Preciso entrar e descansar. Obrigado por tudo.
Ela
também sentia que algo estava diferente.
—
Se precisar, esse é o meu número. — E entregou o cartão à ela.
—
Boa noite!
—
Boa noite!
Agora, Paulo voltava a si.
— … Então não precisa de
desesperar. — Finalizava a conversa Marcos.
Sem ouvir quase nada, o
rapazote respondeu:
— Você está certo! Obrigado
pela carona.
E desceu do carro,
caminhando em direção à sua residência. Marcos esperou que ele entrasse. Ligou
o motor e saiu lentamente. Manteve um semblante reflexivo durante o retorno
para casa.
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