A viagem durava 10 minutos
e, no banco traseiro do carro, olhavam um para o outro: ele deslumbrado, ela
hipnotizada. Sentimentos e emoções que fervilhavam no mesmo caldeirão.
O veículo parou e Nogueira e
Marcos desceram. Percebendo o comportamento do casal, nada falaram e foram a
conveniência.
Sentado no banco traseiro,
Paulo a convidou:
— Vamos entrar e pegar
alguma coisa?
Lá dentro, os amigos procuravam
itens e conversavam:
— Cara! Que louco — Nogueira
abraçava um saco de batatas fritas.
— Nem fala. Essa foi mesmo
por pouco — Marcos pegava uma garrafa de água com gás. — Eu sabia que um dia o
gordo filho da puta do Budapeste, ferraria com minha noite.
— Nunca nem vi. — Nogueira pegava
três caixinhas de água de côco.
— Eu já queria mesmo dar uns
sopapos nele.
— O que ele te fez?
— Além de pegar as melhores
gurias nas baladas, fiquei sabendo que aquele puto bate em algumas delas.
— Caraca. — Nogueira pegava
a carteira para pagar.
Rola até uns boatos de que
ele é estuprador. — No caixa, Marcos passava o cartão de débito para pagar. — Boato
ou não, não gosto daquele otário.
Naquele instante, o casal
chegou e sentou à mesa.
— Também estou com fome! —
Paulo mentiu. — O que vai querer Luna?
— Estou sem fome. — Ela
quase sussurrou.
E olhou para Marcos ao seu
lado.
— Você sempre frequenta
aquela boate? — Perguntou Paulo.
Ela o olhou, dessa vez mais
observadora e defensiva:
— Eu quero ir embora! —
Disparou.
Marcos e Nogueira trocaram
olhares de entendimento.
— Mas nós mal chegamos. Porque
quer ir?
— Não me sinto bem. — Ela mentiu.
— Certeza que não quer ir ao
hospital? — Marcos ofereceu mais uma vez.
— Não é necessário! Acho que
é só descanso mesmo.
— Tudo bem! Então a
acompanharemos até em casa. — Marcos parou na porta se preparando para sair.
— Não quero incomodar. —
Luna ainda tentou dissuadi-los.
— Incomodo nenhum.
Dentro do carro, ele perguntou:
— Para onde?
— Podem me deixar no
primeiro comércio da Asa Norte.
— 716?
— Isso.
Nogueira acelerou o carro e
saíram.
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