Preocupada
com os dias vindouros, Renata antecipou sua visita semestral ao ginecologista,
isso já sabendo que, em breve, Rainen estaria liberado do período de internato.
Assim como da outra vez, tudo fluiu bem, exceto pela ansiedade observada
durante o exame.
—
Vários fatores podem desencadear isso: a rotina diária; as relações pessoais; a
alimentação… — Sandro a informava.
— É…
Renata
não se abriu à resposta, mas o médico havia percebido a aliança no dedo da
garota e entrou de forma branda no assunto.
—
Bom, os sentimentos também têm influência sobre essas sensações. Em maior ou
menor proporção.
Mesmo
tendo dúvidas, ela optou por permanecer calada, e o médico continuou:
—
Aparentemente está tudo bem. O exame de sangue leva algum tempo para ficar
pronto, então peço para que volte daqui sete dias.
—
Tudo bem — disse, se levantando da maca.
—
Continue se alimentando bem e bebendo bastante água. Pratique atividade física
e tenha momentos de descontração e lazer. E o mais importante: esteja próximo
daqueles que lhe fazem bem.
Ela
lembrou-se de Rainen e sorriu.
O
médico assinou o atestado de comparecimento e o entregou a ela, que saiu dali
direto para uma lan-house. As dúvidas
que tinha só seriam sanadas naquele lugar. Por isso optou por um
estabelecimento distante o suficiente de sua casa. E assim calculava:
“Minha
pesquisa ficará registrada no histórico, isso é certo.”
Ali
chegando, pediu para ficar na última baia e iniciou a pesquisa. Resolveu que,
primeiro, se atentaria às opiniões médicas sobre o assunto, ou seja, às
perguntas que gostaria de ter feito a Sandro, mas não teve coragem. A pesquisa
mostrou que não havia um consenso da comunidade médica sobre a prática. Diante
do debate, Renata passou para questões relacionadas às dicas em si: se haveria
dor, qual a melhor posição, como se proteger, os contras desse tipo de relação
e o principal… o prazer. Foram vários os sites visitados e as informações eram
bem parecidas.
Antes
do próximo passo, olhou para os lados, se certificando do seu isolamento, então
procurou por vídeos curtos, relacionados à prática. Foi um instante delicado.
Nas filmagens, casais praticavam com facilidade e lascívia aquilo que Renata se
esforçava a aprender. Diante das imagens, ela se envolveu, a respiração ficou ofega,
enquanto sentia o coração bater forte, como se fizesse algo de errado,
promíscuo. Observou a subserviência da mulher em relação ao homem e pensou em
Rainen e no que desejava: as ordens, os puxões de cabelo, os comandos. O fogo
lhe ardeu e uma gota de suor correu pela base de sua coluna. Ela mordeu os
lábios e quis se tocar intimamente, como fizera de outras vezes, mas não
poderia naquele ambiente. O vídeo chegava aos segundos finais e a intensidade
das cenas excitavam-na e faziam-na tremer. Foi com dificuldade que se levantou.
“É
suficiente.”
Caminhava
em direção ao atendente, quando percebeu que esquecera a bolsa na mesa. Quando
retornou, olhou para o assento da cadeira e viu uma mancha úmida e oval. Teve
um pensamento quando pegou a bolsa e foi para o banheiro:
“Meu
Deus!”
Fez
uma rápida higiene e, pagando pelo tempo utilizado, foi até a parada de
transportes, onde pegou um ônibus para casa. A sua mente focava em um ponto:
“Rainen…”
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