Era
início de noite e a Andarate funcionava desde às 7 horas da manhã.
—
Teodora, Juliana, houve diminuição nas ligações?
—
Não, senhora — informou Juliana.
—
Para ser sincera, Elizabeth — complementou Teodora —, o vigia do período da
noite nos comentou que até às 21h ainda é possível ouvir os telefones tocando.
—
Meu Deus!
Elizabeth,
que ficava no período da tarde, estava cada vez mais impressionada com as
solicitações de compra e venda. Constatava, assim, que houve um erro no
planejamento daquilo a que se propuseram.
“Ou
representamos muitas empresas, ou temos pouco pessoal.”
E de
certa forma se arrependeu, pois foi ela quem propôs a ideia ao esposo.
—
Vocês estão realizando um excelente trabalho. Obrigada!
Mas
ela percebia o desgaste nas moças. Naquele mesmo dia, teve uma conversa com o
marido.
—
Tem um mês que mudamos o seu horário e três semanas que mudamos o meu horário,
mas os negócios só aumentam.
— A
explicação é simples. Os grupos industriais têm solicitado com frequência a
entrada de novos integrantes nessa representação, e eu não tenho como dizer não. Sendo assim, da noite para o dia, o
catálogo de produtos tem acréscimo.
— Em
breve não conseguiremos atender a todos os pedidos — pontuou a esposa.
— Na
verdade, deixamos de conseguir isso há dois meses.
— E
não há reclamações por parte deles?
—
Ainda não, pois o volume de negócios está altíssimo, mas é questão de tempo
para que percebam que os números se mantêm iguais — Mario se preocupava.
—
Acha que podemos perder o negócio?
—
Agora eles sabem como operar. Podem contratar uma empresa especializada.
— O
que podemos fazer?
Aquele
era o ponto onde Mario queria chegar.
— Ou
aumentamos o tempo de serviço ou contratamos mais funcionários.
—
Esqueça o aumento de tempo. Como contratamos mais? — Elizabeth foi categórica.
—
Precisamos replanejar e levar o projeto adaptado para eles.
—
Acha que aprovam?
—
Estamos mexendo no bolso deles. Mostrando alguns números, acho que aceitarão
sim. — Mario suspirou — Só não estou com cabeça para replanejar agora.
—
Espere! — Elizabeth teve um lampejo. — Por que não conversamos com a Bruna?
— É
uma ideia.
— Ótimo! Acho que no sábado conseguimos falar
com ela.
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