Semana de provas. A cada dia eram aplicados de dois a três testes,
de acordo com as disciplinas. Uma maratona cansativa, mas necessária.
Geralmente, ao terminarem, Renata e Rainen se encontravam no pátio e ficavam
proseando até o horário em que a van chegava.
No casal, sentimentos afloraram nesse período, mas ambos se
controlaram o quanto puderam. Mesmo assim, Bruna acompanhava a tudo, informando
sua mãe.
As provas foram até o início de dezembro, findando numa
sexta-feira. Na segunda, seriam entregues as notas, e os professores foram
enfáticos:
— Quem passou direto não precisa mais retornar. Quem não passou,
pode utilizar os próximos dias para estudar e sanar dúvidas para a recuperação
final.
Mesmo aprovados, Rainen e Renata se justificavam a seus
respectivos pais:
— Não quero faltas em meu boletim.
Isso porque seria a última semana de aula, antes das férias, então
guardavam para si o amargor da separação.
Na quinta-feira, penúltimo dia de aula, ambos não retornaram para
a sala após o intervalo, permaneceram no refeitório. Ali conversavam quase
sussurrando:
— Lembra de quando nos conhecemos?
— Como esquecer aquele dia? — A satisfação estava nos lábios da
garota.
— Foi nessa mesma mesa. — Ele olhava para o móvel.
— Tudo por causa de uma laranja.
— O que senti naquele dia, a candura da sua voz… — Ele fez uma
pausa. — Meu Deus, que sensação!
— E ainda sente o mesmo?
— Não. — Nova pausa. — Agora sinto muito mais.
As bochechas de Renata coraram de imediato, e Rainen se acanhou,
mas manteve o olhar. Sentados frente à frente, eles apreciavam as reações um do
outro.
— Compartilho o mesmo que você.
Foi no instante em que a van parou lá fora e buzinou.
— Como o tempo passa rápido.
— Momentos de felicidade são breves. — Ela sorriu.
— Você está feliz?
Ela o abraçou para se despedir. Foi a primeira vez que tiveram um
contato tão intencional, tão desejado.
— Sempre que o vejo.
Rainen sentiu a fragrância da moça e foi relutante que a deixou
sair de seus braços.
— Até amanhã.
— Até!
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