— Olá, Bruna! Novidades?
Aquelas
ligações se tornavam costumeiras.
—
Oi, Marcus. Ainda nenhuma.
—
Não entendo. Não ficou de conversar pessoalmente com ele?
A
cobrança era sistêmica.
—
Sim, mas tenho estado ocupada.
—
Ora! O que pode ser mais importante que essa aquisição? — O dono se irritava. —
Faça o seguinte: ligue para ele agora e me dê retorno. Aguardo.
A pancada ao desligar o telefone indicava o quão bravo Marcus estava.
Sem
outra opção, Bruna fez o ordenado. A cada bipe, o seu coração revirava no
peito, até que escutou e reconheceu a voz do outro lado da linha.
—
Alô?
Bruna
abriu a boca, mas a voz não lhe saiu. A respiração não ajudava, ficou tonta. Em
mente, não conseguia organizar uma frase completa. Tremia. O pânico a tomou e a
única coisa que fez foi desligar o telefone.
Ela
foi à copa e tomou um copo com água. Quando voltou, o seu ramal tocava, sem ver
o display do equipamento, sacou o
telefone, se utilizando da frase padrão:
—
Lemaw, boa noite! Bruna falando.
—
Bruna?!
Após
ser identificada, não havia como se esconder.
—
Oi. Eu… é que…
— É
alguma brincadeira? Vou desligar.
—
Não, por favor. Espere, espere! — Ela tinha bastante dificuldade em dar
continuidade à conversa. — Eu preciso falar com você.
—
Pode falar!
—
Não. Não por telefone. Tem que ser pessoalmente.
—
Bruna, que palhaçada é essa?
—
Por favor, por favor! É sério. Sério demais. Tem muita coisa em jogo.
Rainen
ponderou nas palavras de Renata e, num esforço hercúleo, marcou:
—
Tudo bem. Amanhã, às 20 horas na lanchonete do Dunley.
— Só
mais uma coisa…
—
Não acha que está pedindo demais?
—
Isso é fundamental.
—
Diga, por obséquio — ele foi sarcástico
—
Preciso que não conte nada a Renata.
—
Tudo bem. — Ele nem quis discutir.
—
Obrigada. Eu nem sei como…
A
ligação foi encerrada, bem provável, por ele. E, de imediato, ela deu retorno
para Marcus.
—
Marquei para conversar com ele — Bruna disfarçava a euforia.
— Ótimo! Me traga bons resultados.
Ela sentiu que aquilo não foi suficiente para aliviar a pressão.
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