Não foi fácil acompanhar Ismael e Queequeg nas primeiras páginas do livro. Sentia a leitura morosa e sem qualquer atrativo. Apenas quando o capitão Ahab[1] entrou em cena foi que a história teve importância para Bruna. A fúria, o ímpeto e a determinação acompanhados pela mentira, a corrupção, a coerção, tudo atrás de um único objetivo: a baleia branca. Para a garota, sentimentos e atitudes mais que louváveis.
“Os
fins justificam os meios”
Em
uma folha fez anotações. Então o pensamento prematuro:
“Eu
agiria da mesma forma.”
E prosseguiu com a leitura. O final da história, e do seu personagem preferido, a lançou num turbilhão de reflexões, as quais tentou justificar.
“Mas
ele foi corajoso e perseverante, seguindo o seu objetivo a qualquer custo.”
A
frase que ela mesma elaborou pareceu estranha. Fez outra anotação na folha e
colocou as coisas sobre o criado-mudo ao lado da cama. Levantou-se e observou
se havia barulho pela casa. Muito distante, ouviu algo.
“Mamãe
deve estar saindo para o trabalho.”
E continuou a caminhada até o móvel. Ao abrir, a cor da peça se destacou, chamando sua atenção. A garota a segurou, sentindo o tecido macio e fofo, e ali mesmo a cheirou e abraçou. A conexão foi instantânea e sentiu um frio na barriga. Suspirou.
Voltou para a cama levando consigo aquela peça. Deitou-se agarrada a ela e só assim conseguiu ter o descanso mais tranquilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário