As
coisas começavam a se ajustar na vida do casal. Não que pudessem gastar com as
suas próprias necessidades, mas a quitação da dívida estava cada vez mais
próxima. E mais, talvez ainda sobrasse algum valor que pudesse ser empregado.
—
Acho que podemos comprar alguns móveis para a sala. Que acha?
—
Olha, pensei mesmo é numa forma de conseguirmos os vistos definitivos para
ficarmos aqui.
—
Verdade. Já vejo um futuro aqui e acho que a Clarice pode me orientar quanto a
isso.
—
Veja com ela mesmo. — Havia esperança na voz de Antônio.
— Mas e o coiote? — Diana só conseguia trata-lo pelo apelido.
—
Após o pagarmos e, caso consigamos os vistos, ele larga do nosso pé.
—
Assim espero. — Mas ela se arrepiava tendo alguns pensamentos que não
compartilhava com o marido.
Chegaram
em casa e fizeram o ritual semanal. Pegaram todo o dinheiro e o esconderam na
parte de baixo da pia da cozinha, onde havia uma cerâmica solta. O buraco ali
não era tão grande mas, para caber, o casal trocava notas pequenas em grandes
para diminuir o tamanho do bolo de dinheiro. Eles não pensavam em outra forma
de acumularem valores.
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