Ela
se percebia diferente naquela manhã, pois precisava se forçar a fazer as coisas
que lhe eram habituais. Havia um pensamento que lhe era mais forte e
sobrepujava todos os demais: Rainen. Depois de se levantar e se arrumar, foi
para a cozinha tomar café da manhã com os pais. Escovou os dentes e foi para a
faculdade.
Bom,
aquele foi um dia perdido para a sua educação. Em sala, se esquivou de tudo e
todos, não conseguia focar em nada que lhe falavam.
—
Você está bem?
Foi
o que uma das colegas de turma perguntou ao observá-la.
— Sim — Renata respondeu mecanicamente.
Às
12h30 estava em casa e almoçou com o pai, ele percebeu o distanciamento da
filha, mas preferiu não incomodá-la. Após o almoço, ela subiu para o quarto.
Tentou dormir, mas não conseguiu. À medida que as horas passavam, sua mente
girava, sentia os batimentos cardíacos mais fortes e, por vezes, respirava com
dificuldade. Até que se traduziu em algo físico: dor. Renata quis gritar,
espernear, mas apenas chorou. A dor estava em sua virilha, pouco acima de sua
parte íntima. No armário, pegou a medicação e leu no rótulo:
“Alívio
rápido e prolongado.”
Ingeriu,
deitou-se e aguardou que fizesse efeito. Quando se sentiu melhor, foi se
arrumar para ir ao trabalho. Pegou outra bolsa, um pouco maior e, além do que
levava usualmente, acrescentou outras coisas.
Rápida,
chegou à parada e pegou o ônibus, mas, dessa vez, desceu antes do lugar
habitual.
“Não posso errar.”
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