—
Alô!
—
Toledo falando.
—
Toledo, aqui é a Letícia, esposa do Onofre.
—
Boa tarde, Letícia. Como tem passado? O Onofre está bem?
—
Estamos todos bem. Obrigada por perguntar. Estou ligando para saber quando o
meu esposo precisa comparecer na empresa.
Do
outro lado da linha, um breve momento de silêncio, até que ele recomeçou:
— O
Onofre foi desligado da empresa no início do mês de janeiro. Ele assinou a
rescisão uma semana depois.
Antes
de terminar de ouvir a frase, lágrimas desciam pelo rosto de Letícia.
—
Então ele tem me enganado — disse, com a voz embargada.
—
Lamento, Letícia.
—
Não há por que, Toledo. Eu é que peço desculpa por alguma desavença criada pelo
meu marido. Ele não está normal esses dias.
—
Percebi isso, Letícia. Sempre gostei do Onofre e de vocês, e se tiver algo que
eu possa fazer, me diga.
—
Muito obrigada. Até logo. — E desligou o telefone.
Sentada
no sofá, a mulher pensava como proceder diante daquela situação. Onofre estava
alterado e arredio. Ela sentia que o marido, cada vez mais, perdia o controle
sobre o vício, logo, temia o futuro.
“E agora?”
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