“Hospital… Hospital…”.
A palavra ecoava em sua
mente, desde que recebeu a ligação. Por isso um turbilhão de emoções o tomava,
mas continha-se. Avisou à secretária que não retornaria, entrou no elevador e
logo chegou à garagem. Os faroletes da caminhonete piscaram quando o alarme foi
desligado no controle remoto. O rapaz entrou na caminhonete e deu partida, de
imediato, o motor rugiu como uma fera faminta, e, em seguida, ronronou,
aguardando o próximo comando.
Abaixo do capô, peças artesanalmente confeccionadas e bem reguladas, que geravam 800 cavalos de potência. O rapaz pisou na embreagem e engatou a transmissão, pisou o pedal do acelerador e, sobre o capô, o blower abria e fechava as entradas, acompanhando a aceleração, empurrando o ar para baixo e aumentando a queima de combustível. Abaixou a alavanca do freio-de-mão, enquanto soltava o pedal da embreagem, e a energia era transferida para as rodas, fazendo com que o veículo se movimentasse.
Saiu da cobertura da garagem
e ganhou as ruas nubladas e chuvosas, mas de trânsito tranquilo para o horário
das 20 horas. Contudo sua preocupação naquele instante era chegar ao seu
objetivo.
“Meu Deus, e agora? O que
fazer?”
Mesmo que, meses atrás,
tivesse se preparado mentalmente para a situação, agora, que o momento chegara,
sentia certo temor pelo futuro. Guiava calmo pelas alamedas, com o barulho do
motor demonstrando impetuosidade.
“Como chegou a tudo isso?”,
pensou ao parar em um semáforo com a luz vermelha.
Ali, como um lampejo, a sua
mente voltou alguns verões, mostrando-lhe toda a história, tão cristalina
quanto os pingos d’água que caíam sobre o para-brisa…
Nenhum comentário:
Postar um comentário