O vapor causado pela água
quente, embaçava o vidro do box. Foi o que ela viu ao fechar o registro. Gotas
encostavam uma na outra, criando um caminho que descia pelas suas pernas, e
quando cessaram, a garota abriu a porta de correr e pegou a toalha, se
enxugando. Após secar os pés, pisou o tapete macio, parando frente ao espelho
embaçado. Ali, tudo devidamente organizado e limpo. Detestava sujeira e
desordem.
Sobre a pia de pedra clara,
pegou calcinha e sutiã, das mesmas cores e vestiu, em seguida deu início à
secagem do cabelo. Diante do espelho, com pente e secador, jogava as madeixas
para os lados. Pensamentos permeavam a mente da moça:
“É um rapazinho tão
interessante, educado, atencioso.” — Ponderava enquanto desligava o equipamento
e arrumava o roupão. — “Melhor eu voltar para o meu mundo. Isso é mera ilusão.”
Saiu do banheiro e foi para
o quarto. Tinha algumas roupas em mente para aquela noite. Mas um pensamento a
incomodou: Budapeste se dando conta dela. Já o vira algumas outras vezes dentro
da boate e até mesmo evitava chegar perto. Ela conhecia as histórias. Uma
conhecida teve o braço quebrado ao tentar fugir dele. Outra ele dopou e
estuprou. Uma terceira ele a obrigou a transar sem preservativo. Luna tinha
nojo e medo daquele homem.
— Espero não vê-lo outra
vez.
Entrou na cozinha e bebeu um
copo com água.
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