Depois
da ajuda de Rainen, os serviços apareciam com frequência na Detroz,
sobrecarregando a equipe, que passou a agendar serviço, além de ampliar o
horário de atendimento, que agora era das 7h da manhã até as 20h.
—
Caramba, Lendoval! O trabalho feito naquela caminhonete foi uma ótima
propaganda, hein?! — disse um dos rapazes.
—
Jogada de mestre! — comentou Luiz, sócio e primo.
—
Valeu galera!
—
Ei, Lendoval! Aquela tua peguete não
tem umas amiguinhas como ela, para nos apresentar?
— “Peguete?”,
“Como ela?” — Ele parou o que fazia e avançou, agressivo, sobre o funcionário.
— Tá pensando que tá falando de quem, hein?!
Os demais o seguraram evitando a briga.
—
Desculpe aí! Pensei que era só um lance passageiro.
—
Como seria passageiro, se tem meses que estou com ela?
Lendoval
resolveu deixar a discussão para lá, mas ele entendia as dificuldades que
teria, não em se relacionar com uma mulher bonita como Valéria, mas em se
relacionar com uma bela Rotevì. Ele tinha segurança em seus sentimentos e,
mesmo com os problemas recentes causados pela Bruna, também confiava nos
sentimentos de sua namorada. A questão seria mais relacionada a fatores
externos: família, conhecidos, oportunistas.
“Beleza
e dinheiro são imãs”.
Ele
sentia isso na pele. O relacionamento não aparentava ser nada sério, mais parecia
um namoro adolescente, leve, ágil, vívido. Contudo o sentimento regente cada
vez mais se enraizava, ligando um ao outro. E naquele mês de dezembro, as
coisas definitivamente mudaram.
A
festa acontecia em uma das mansões da família Rotevì. Pessoas importantes
estavam presentes: banqueiros, empresários, artistas, políticos, sem contar que
a família compareceu em peso. Ali assuntos diversos eram tratados, contatos
feitos, negócios pré-aprovados, mas havia muita diversão também.
Valéria
o aguardava na entrada da mansão, junto aos manobristas. Demorou um tempo até
ela reconhecer o veículo antigo chegando e o rapaz desembarcar:
—
Estou muito atrasado?
— Um
pouco. — Ela o beijou e arrumou a gola de sua camisa xadrez.
—
Confesso que fiquei sem saber o que vestir.
Lendoval
bateu na calça de cor bege. Agora eles caminhavam de braços dados.
— Me
importa o conteúdo. — Outro beijo.
—
Acha que causarei boa impressão na família? — disse, empinando o nariz e a
olhando por cima.
Ela
riu.
— Na
família eu não sei, mas comigo você está arrasando.
Ao
chegarem à parte de trás da casa, onde a festa acontecia, a visão não foi das
mais animadoras para Lendoval. Até os garçons usavam terno e gravata, e todos o
olharam quando parou diante do portão. Ele cochichou para Valéria:
—
Você me disse que era uma festa descontraída, no máximo, sport fino.
Ela
cochichou de volta:
—
Desculpe, é que não me atenho a essas coisas. — E riu.
Viraram
caminhando para o lado, sob o olhar atento dos convidados, que o mensuravam de
cima a baixo, mas não teciam comentários. Diante daquilo, Lendoval pediu:
—
Vamos beber alguma coisa? Estou precisando.
Estava
dando um belo gole no ponche, quando um senhor se aproximou e Valéria gritou:
—
Pai!
Lendoval
cuspiu um jato de bebida para o chão.
—
Filha! — Abraçou-a e beijou-a. — E quem é o seu amigo?
—
Não te falei dele antes, mas esse é o Lendoval. Estamos saindo.
Ele
estendeu-lhe a mão em cumprimento.
— Eu
sou Maurice Rotevì. É um prazer conhecê-lo.
—
Lendoval Siqueira, o prazer é todo meu, senhor.
—
Aproveite a festa.
—
Sim, senhor!
Maurice
saiu deixando o casal. Ali perto foi abordado pela esposa:
—
Quem é o rapaz? — perguntou Vanda Rotevì.
—
Valéria não falou claramente, mas esse é o namorado dela.
—
Ora, Maurice, como pôde presumir isso?
Ele
olhou bem nos olhos da esposa para responder:
—
Não sou um pai tão presente quanto gostaria, mas os meus olhos e ouvidos se
mantêm atentos às nossas garotas. Por isso eu sempre soube que ela tinha seus
relacionamentos passageiros, sem compromisso, apenas por diversão. Mas acho que
esse caso é diferente. As roupas mudaram, o jeito de falar… Acredita que ela me
apresentou a ele e disse que estão saindo?
Maurice
riu.
— E
o que acha disso?
—
Por enquanto não muito, mas vou observá-los.
A
festa seguia animada e com a banda se apresentando, Valéria se empolgou:
— Vamos
dançar.
—
Sou meio duro para isso.
Mesmo
assim, Lendoval a acompanhou, e, no meio da dança, um rapaz a puxou pelo braço,
tomando-a como parceira. Ele era alto, com cerca de 1,90 m, e forte, mesmo com
o terno, se percebia isso.
— Me
larga! — Valéria tentou se soltar.
—
Qual é? Só uma dancinha. É pelos velhos tempos.
Do
alto de seus 1,70 m, Lendoval perguntou calmamente:
—
Quem é esse rapaz?
Naquele
instante, uma roda se formava por causa dos três.
—
Steve, meu ex-namorado.
— Ex só até dançarmos. — Ele a puxou para
si. — Já vamos reatar.
—
Nem pensar, idiota!
E a
garota lhe cuspiu na cara. De imediato, ele a esbofeteou.
—
Vai aprender a me obedecer, cadela — ele a ameaçou, caída ao chão.
Vanda
e Maurice se aproximaram.
— O
que está acontecendo? — questionou o dono da casa.
—
Nada! E não se intrometam. — E se aproximou de Lendoval. — Agora, nós.
Frente
a frente, a diferença de estatura era grande, mas Lendoval permanecia calado e
firme, quando ouviu:
— Eu
vou te quebr…
Steve
foi interrompido por três murros, repetidos, firmes e potentes, que quebraram o
seu nariz. O rapaz desabou para trás, desmaiado e sangrando.
Vendo
que o oponente não oferecia mais perigo, Lendoval correu até Valéria.
—
Está tudo bem? Ele te machucou?
Mas
ela não conseguiu responder de imediato e se colocou de pé. Ali, diante dos
convidados, o abraçou e beijou.
—
Ninguém nunca me defendeu.
Naquele
instante, se sentindo protegida pelo seu homem, os hormônios borbulharam em seu
corpo e ela o puxou pelo braço.
—
Para onde vamos?
—
Não fale nada. Venha!
As
pessoas socorriam Steve, que lentamente voltava a si, e nem perceberam a saída
do casal.
Rápidos,
subiram a grande escadaria e caminharam para o lado leste da mansão. Na
verdade, quase correram. Então entraram no quarto de Valéria. Lendoval se
admirou com a beleza e a riqueza do ambiente: móveis em madeira de lei,
tapeçaria importada, quadros pelas paredes, além de uma infinidade de
utensílios. Bem no meio, a cama.
—
Aqui é tudo tão lin…
Assustou-se
quando, atrás dele, Valéria retirou a calcinha por baixo da saia justa.
—
Agora vem cá e acaba comigo.
—
Peraê, Valéria, tenha calma.
—
Sem essa. — Ela caminhava em sua direção.
— É
sério! Os preservativos estão no carro.
Ela
se atracou com ele.
—
Não precisa mais disso.
— O
quê? Sem proteção? Tá maluca? Quer ter filho, é?
—
Filho ainda não, mas, a partir de hoje, nós não usaremos mais camisinha. Eu
estou tomando anticoncepcional há três meses.
Ela abriu o zíper da calça, expondo o membro do namorado. Empurrou Lendoval sobre a cama e, após suspender a saia, numa sentada só, encaixou o órgão em sua parte íntima.
Ambos gemeram de satisfação. A festinha particular durou toda a madrugada.
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