A conversa com Brasholais era detalhada mas, um ponto de sua mente, a conectava
ao evento da noite passada:
Acabara de voltar ao quarto do
apartamento, e estava muito satisfeita com o que sentia porém, cada vez mais
curiosa.
“Como pode? Ele vê tudo naquele lugar?
Ele tem muito acesso.”
Nem ela, em tempos imemoriais, em toda a
glória que a revestia, teve tamanha liberação. Então, para ela, era
inacreditável que tal coisa fosse concedida a um humano.
“Eu só queria saber com…”
Cessou quando o rapaz se levantou da
cama. Como ele sempre estava apenas de short, ela percebeu o volume sob sua
vestimenta. Também viu quando, sentado sobre o colchão, ele colocou a mão
dentro do pijama, como se forçasse o membro. Ficou incutida com aquilo, por
isso que, mantendo distância, o seguiu quando este foi para o banheiro. O rapaz
entrou e ficou próximo do chuveiro, encostado na parede quando começou a se
masturbar. Ela assistia ao ato solitário da parte inferior da porta,
estranhando a atitude dele.
“Porque faz isso se ele tem a garota?”
Após alguns minutos, ele gozou na
parede. Pegou um papel e se limpou.
De volta ao armário ela observou quando
ele veio, pouco cambaleante e desabou sobre a cama.
Era algo que ela ainda não entenderia.
Tudo ali era mais frondoso e vívido que
na floresta anterior. Por entre as árvores havia grama baixa e perolada, que
recebia adornos quando folhas de tom avermelhado, amarelado e amarronzado,
caiam rodopiando das altas copas. Nos troncos, de espessuras diferentes, havia
musgos, que subiam até boa altura, dando ideia da milenariedade da floresta. Pelo
chão, havia também uma incontável variedade de micro flores que, que exalavam
perceptível perfume, e enfeitavam mais ainda aquele lugar. Pedro suspirou.
Os frutos que não vira na etapa
anterior, agora eram abundantes, com cheiros e formas variadas, mas estes
repousavam nos mais altos galhos, onde ele não alcançaria. Também não viu
árvore frutífera e baixa, a qual pudesse escalar. Então caminhou e, em dados
momentos, tinha a impressão de ouvir música ou algo parecido, ecoando por entre
troncos e folhagens mas, quando ele parava, na tentativa de assuntar, tudo cessava.
E continuaria a sua jornada por aquela senda quando, em meio a arbustos, viu
algo tentando se ocultar sem muito sucesso. Assim que controlou o seu medo,
berrou:
— Sei que está aí! Apareça!
Sem conseguir qualquer resposta, passo a passo se aproximou, parando pouco atrás de um tronco e ali se ocultou. Ao lado encontrou uma boa pedra, catou-a e, com força suficiente, a arremessou no arbusto, atingido algo. Quase tinha certeza disso porque ouviu um guinchar, vindo da mesma posição. Entre verificar e fugir, preferiu fugir, e correu. Correu como se sua vida, em sonho, dependesse disso. Rapidamente chegou perto de um dos grandes pontos vermelhos que vira outrora tão distantes. E parou, admirando a vastidão da estrutura que agora se revelava diante dele. Quando diria algo a respeito, ouviu um zunido crescente e sentiu a dor latejante. Caiu e acordou.
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