Eram
2h da manhã e Samara estava em uma sala do hospital, tentando compreender o que
fazia de sua vida. Ela não conseguia ter uma vida social e tratava muitas
coisas de forma mecânica, com pouco ou nenhum afeto. Isso a acompanhava desde a
época do colegial, passando pela época da faculdade, chegando ao período atual
de trabalho. Talvez pelo seu foco em progredir?
“Quem
sabe?!”
Ela não
tinha tanta certeza. Apenas seguia a vida assim, sem raízes e com poucas
realizações.
A
médica abriu a bolsa e pegou o frasco com comprimidos. Ela arrancara o rótulo
para que não fossem identificados facilmente. Sempre que a questionavam sobre o
medicamento, explicava que era para enxaqueca. Na mão colocou um, mas hesitou
por um momento, e pegou o segundo. Colocou-os na boca e, ao lado da pia ambulatorial,
pegou um copo com água. Eles sempre estavam à disposição, e ingeriu as drogas. Recostou
a cadeira na parede e sentou, respirando fundo. Foram instantes para que o
efeito, como o de um orgasmo, explodisse em seu cérebro. Fechou os olhos para
apurar mais a experiência. Durante 15 minutos ela saboreou momentos de um
prazer solitário, que foi interrompido com a chegada do rapaz:
— Estava te procurando. Vamos?
Moma
abriu a porta e segurou, para que ela passasse.
—
Vamos!
—
Ok!
Samara
pegou a bolsa, guardou o frasco, fechou o zíper e saiu junto com o rapaz. Ela
pode ter achado que algumas de suas atitudes passavam despercebidas, mas Moma observava
alterações pontuais na garota.
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