Mesmo usando atalhos, levava
certo tempo para chegar em casa.
“Preciso morar mais perto do
trabalho”. — Tinha o planejamento fazia algum tempo.
Morar naquela quadra não lhe
agradava por vários aspectos: achava muito expositivo; detestava a velhota da
esquina; achava pouco seguro; não conhecia os vizinhos. Mas como o valor do
aluguel não era tão alto, sobrava mais para juntar e, no futuro:
“Compro o meu abatedouro.” —
Sorriu com a ideia.
Sua residência ficava
próximo à quadra industrial de Taguatinga, logo abaixo da feira permanente. Já
o trabalho era a pouco mais de 20 minutos dali, no Guará. E, mesmo assim,
muitas coisas lhe eram cômodas, como os mercados, os shoppings, hospitais,
postos de gasolina. Estava bem localizado.
Levando uma vida boêmia e
descompromissada, Marcos tinha cuidados para consigo, como a academia, o salão
de beleza, as roupas de grife. Era meticuloso com isso. Uma das coisas que lhe
dava suporte, claro, era o emprego. Trabalhando como diretor na RatstaR
Publicidade e Design, ganhava bem o suficiente para bancar tudo o que precisava,
e um pouco mais. Isso era resultado de uma família que não era rica, mas que
investia na educação dos seus. Por isso ele, e sua irmã Pâmela, como resultado
desse investimento, se tornaram ótimos profissionais, tanto que ela irmã
viajava o mundo como arquiteta.
Marcos chegava em casa um pouco
cansado, mas era apenas o começo da noite:
“Um banho vai me animar. Tô
precisando de gás.” — Pensava ao manobrar o carro.
Porém não pode estacionar.
Outro veículo, frente à residência, bloqueava a entrada da garagem.
“Mais essa agora”.
E buzinou várias vezes.
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