Não era uma boa noite para Manoela. Já tinha errado o tempero de duas refeições e uma sobremesa não ficou no ponto. Tanto que agora estava sendo punida, lavando louças e descascando batatas. Ela trabalhava no MaxMex – Comida Mexicana, completaria um ano. E ali tentava chegar ao posto de cozinheira. O começo foi promissor, mas com o passar do tempo e ganho de peso, passou a ser alvo de críticas, que só pioraram com os erros em descobrir novos pratos e sabores.
“— Somos um restaurante tradicional, de comida tradicional.”
Foi o que o seu chefe, Pepe, tentou incutir na cabeça dela inúmeras vezes, mas ela teimava em tentar algo. Misturou temperos indianos com chineses em uma guacamole. Foi assim que uma vez ela causou uma disenteria em Paolo, um dos garçons. Foi tão severa que o rapaz ficou internado por cinco dias.
— Errei, mas depois eu tento novamente. — Persistia erroneamente.
Com o fim do expediente, e da limpeza do estabelecimento, foi para casa. Morava a poucas quadras dali, por isso nem sempre pegava o ônibus. A caminhada demorava coisa de vinte e cinco minutos em um ritmo lento. E fazia o trajeto cada vez mais devagar. As reflexões eram muitas, mas uma em especial tomava mais espaço que as outras. Mas tentou esquecê-la, ao menos por essa noite. Chegou em casa e estava tudo como havia deixado. Tomou um demorado banho, vestiu a camisola e se perfumou. Deitada na cama, olhou para o relógio na cabeceira que marcava pouco mais de 2h da madrugada. Sentido a sombra do abandono, Manoela chorou.
“— Somos um restaurante tradicional, de comida tradicional.”
Foi o que o seu chefe, Pepe, tentou incutir na cabeça dela inúmeras vezes, mas ela teimava em tentar algo. Misturou temperos indianos com chineses em uma guacamole. Foi assim que uma vez ela causou uma disenteria em Paolo, um dos garçons. Foi tão severa que o rapaz ficou internado por cinco dias.
— Errei, mas depois eu tento novamente. — Persistia erroneamente.
Com o fim do expediente, e da limpeza do estabelecimento, foi para casa. Morava a poucas quadras dali, por isso nem sempre pegava o ônibus. A caminhada demorava coisa de vinte e cinco minutos em um ritmo lento. E fazia o trajeto cada vez mais devagar. As reflexões eram muitas, mas uma em especial tomava mais espaço que as outras. Mas tentou esquecê-la, ao menos por essa noite. Chegou em casa e estava tudo como havia deixado. Tomou um demorado banho, vestiu a camisola e se perfumou. Deitada na cama, olhou para o relógio na cabeceira que marcava pouco mais de 2h da madrugada. Sentido a sombra do abandono, Manoela chorou.
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